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METEOROLOGIA

Alerta dado: chuvas no Sul e onda de calor são prenúncio de mais sofrimento

Se o clima não se comporta mais como anteriormente, como até então mostravam as projeções matemáticas, uma nova forma de enfrentamento ao problema precisa ser adotada pela sociedade

Inteligência artificial simula um cenário apocalíptico com chuva forte e calor extremo -  (crédito: Bing Image Creator)
Inteligência artificial simula um cenário apocalíptico com chuva forte e calor extremo - (crédito: Bing Image Creator)
postado em 22/09/2023 06:00

A tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul e a onda de calor que atinge grande parte do país são dois exemplos bem claros de que o aumento das ocorrências de mudanças climáticas devido à ação do homem vem causando danos e eventos extremos. E se o clima não se comporta mais como anteriormente, como até então mostravam as projeções matemáticas, uma nova forma de enfrentamento ao problema precisa ser adotada pela sociedade.

Tal cenário se mostra ainda mais desafiador diante da previsão para os próximos meses. Meteorologistas alertam que a chance de o Super El Niño se concretizar é cada vez maior. Caso isso ocorra, os efeitos do fenômeno ficarão mais intensos: secas severas e temporais fortes e frequentes. Ou seja, é o prenúncio de mais sofrimento para a população, especialmente as que vivem em áreas de risco e afastadas.

Dessa forma, a primeira pergunta que surge é: estamos preparados para enfrentar esses eventos extremos? Creio que não. A drenagem urbana é um problema recorrente nas principais capitais. Rio, São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, travam a cada chuva um pouco mais forte, com alagamentos constantes. São cidades construídas em uma outra realidade climática. A adaptação aos novos tempos custa caro e obras não são feitas da noite para o dia.

Outro ponto é a falta de atenção das autoridades à moradia em áreas de risco. É um grave problema social que precisa ser resolvido de uma vez por outra. Sabemos que a Defesa Civil faz um acompanhamento dos pontos que merecem mais atenção, mas infelizmente nada é feito. É preciso um grande programa de moradia popular para melhorar a condição de vida dessa população muito vulnerável. Ninguém mora na encosta de um morro porque quer. Talvez seja a única opção existente e o Estado brasileiro precisa enxergá-los. Entra verão e sai verão, e as cenas de contagem de corpos em desabamentos seguem corriqueiras.

Por fim, também me causa espanto o negacionismo de uma parcela expressiva da população em relação aos alertas dados pela ciência. Nesta semana, o site do Correio publicou uma reportagem que mostrava a possibilidade de Belém ter 222 dias de calor extremo em um só ano, quando for 2050. Comentários jocosos como "Não acertam hoje, o que dirá daqui a 27 anos?" ou "Quem acredita em previsão do tempo?" predominaram nas postagens nas redes sociais. É preocupante, sem dúvida. É triste morarmos em uma nação que deixou ser de ser o "país do futuro", para sequer se preocupar com ele.

 


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