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História

Artigo: Há 121 anos nascia o estadista que deu autoestima aos brasileiros

"Tive o privilégio de viver os Anos Dourados. Tínhamos que correr atrás do Brasil. O presidente JK, com sua energia e sua ousadia, conseguiu substituir o hábito do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima", Cacá Diegues

Opi 1209 -  (crédito: Caio Gomez)
Opi 1209 - (crédito: Caio Gomez)
postado em 12/09/2023 06:00

Silvestre Gorgulho

"Tive o privilégio de viver os Anos Dourados. Tínhamos que correr atrás do Brasil. O presidente JK, com sua energia e sua ousadia, conseguiu substituir o hábito do sofrimento pela pedagogia do prazer. O brasileiro passou a ter autoestima", Cacá Diegues.

O sabor da vida depende de quem a tempere. O mantra vale para o simples cidadão, no seu dia-a-dia, e para as maiores autoridades da política do País. Hoje é dia de relembrar um político que soube temperar suas ações como cidadão e como político: Juscelino Kubitschek de Oliveira, o 21º Presidente da República do Brasil. Há 121 anos nascia Juscelino Kubitschek, em Diamantina.

Há 67 anos, em 31 de de janeiro de 1956, o médico-tenente da Polícia Militar de Minas Gerais, ex-prefeito, deputado e governador de Minas Gerais, tomava posse como Presidente da República. E cumpria sua primeira promessa de campanha: em 18 de abril assinava a "Mensagem de Anápolis", enviando ao Congresso o projeto de lei, prometendo mudar, em 21 de abril de 1960, a capital federal do litoral para o Planalto Central.

Há 67 anos, JK iniciava a construção da nova capital. Há 63 anos, depois de 1.112 dias de obras, inaugurava Brasília.

Abraçadas nas comemorações dos 121 anos de JK, Diamantina e Brasília entram no túnel do tempo para bendizer e celebrar a História de um governante que mexeu com as entranhas geopolíticas e culturais do Brasil.

De Diamantina, o menino Juscelino enfrentou todas dificuldades para estudar. Ele pegou estradas, saltou montanhas, cruzou fronteiras, ganhou o mundo, sorriu e chorou para, enfim, repousar sua História de vida e de maior estadista brasileiro em um Memorial no Eixo Monumental de Brasília.

Uma História rica em brasilidade e pioneirismo. Em coragem e magnanimidade. O ex-presidente JK foi um construtor de sonhos. No poder, JK foi exemplo de empreendedorismo e de generosidade. Fora do poder, foi exemplo de luta pela Democracia. E, no exílio, foi um brasileiro que só pensava em Brasil, usando seu prestígio internacional para exaltar e trazer investimentos para seu País.

A construção de Brasília fez o Brasil colher um novo País do Centro-Oeste, do Cerrado e da Amazônia. Nos tempos de JK, o Brasil colheu efervescência cultural. O Brasil colheu a primeira Copa do Mundo, colheu Bossa Nova e colheu alegria. O povo brasileiro colheu o sentimento de que é capaz de construir o que parece impossível.

JK plantou Democracia. E o Brasil colheu Paz!

A Era JK terminou, tragicamente, há 47 anos, numa curva da rodovia Presidente Dutra. O presidente JK tinha 73 anos, a 21 dias de completar 74.

Em 22 de agosto de 1976, o Brasil dormiu um domingo triste. Acordou em sobressaltos. A notícia de que um Opala metálico, atravessou a pista e bateu de frente com uma carreta com placa de Orleans-SC, pegou os brasileiros de surpresa. Um pesadelo. Entre os ferros retorcidos estavam os corpos do ex-presidente e de seu fiel motorista Geraldo Ribeiro.

Se os brasileiros lamentaram sua partida, quando ainda tinha muito a oferecer ao Brasil, neste 12 de setembro de 2023 há que celebrar uma data de vida: os 121 anos de nascimento do ex-presidente. Seu legado é o maior da História.

Antes de Brasília, o Centro-Oeste não produzia nem um grão de soja. Hoje é responsável por 49,2% da produção nacional. A soja avançou sobre novas fronteiras e levou junto a cultura do milho. A produção de milho na região - antes de Brasília - era inferior a 10%. Atualmente representa 55,30% da safra nacional. Essas duas culturas levaram uma promissora cultura empreendedora em outros setores: pecuária, frutas, café, algodão, arroz, feijão, trigo. Centenas de pequenos povoados nasceram no vazio do Cerrado e transformaram-se, nestes últimos anos, em cidades de pequeno, médio e grande porte com excelentes índices de IDH.

Carlos Lacerda, o grande líder a UDN, quando soube da morte de JK fez uma declaração enfática: "Fiz muitos discursos contra Brasília e contra JK. Celebram-no hoje por ter feito Brasília. Mas há que celebrá-lo muito mais por ter demonstrado aos brasileiros que a Democracia é possível. E, desde que possível, indispensável. Ele disse, certa vez, que Deus o privara do sentimento do medo. Poderia ter acrescentado que também o privou da capacidade de invejar e de odiar".

Sorridente, festeiro, magnânimo, realizador, generoso e cumpridor de todas as 31 metas que prometeu na sua campanha política, o exemplo está aí. Foi ousado, não teve medo de nada e deixou uma lição para quem quiser seguir seus passos: não invejar e não odiar.

Obrigado, JK!

 Silvestre Gorgulho - Jornalista e ex-Secretário de Estado de Comunicação e de Cultura de Brasília.

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