Há 201 anos, o Brasil deixou de ser colônia de Portugal. A partir daí, passou por várias etapas para se construir como República Federativa. Nada foi fácil para o país tornar-se o maior da América Latina e garantir um espaço respeitado entre as nações do mundo. As decisões não foram exclusivas do imperador ou dos primeiros presidentes do Brasil República. A sociedade influenciou as mudanças e, querendo ou não, o poder do Estado teve de se curvar à vontade popular.
Entre conflitos internos, disputas agressivas e alternâncias de sistemas de governo, hoje, o Brasil não comemora somente a sua longevidade como nação — 523 anos —, e 201 anos de Independência, mas, sobretudo, 38 anos de Estado Democrático de Direito. Festeja também a Constituição Cidadã de 1988, que tem um perfil humanista e social. Esse avanço só foi possível com a união dos brasileiros que se opuseram ao regime ditatorial, que oprimia e impedia a liberdade do povo.
A retomada da democracia não tem um único autor. Foi uma construção coletiva e uma conquista nacional, que envolveu cidadãos das diversas etnias, gêneros credos, camadas sociais e profissões. É amparada na Carta Magna da democracia que, hoje, a celebração da Independência se dá de forma colorida. Estimula os cidadãos de povos de diferentes cores e com sua variações — pretos, brancos, amarelos, vermelhos — a irem à Esplanada dos Ministérios para, junto com as Forças Armadas e representantes de todos os Poderes, e celebrar a primeira grande conquista da nação: o rompimento das amarras colonizadora.
Rompido o laço de submissão aos interesses de Portugal, hoje, os dois países são parceiros, amigos e solidários. Não à toa, os brasileiros somam mais de 30% dos imigrantes em terras lusitanas, e mais de 10% da população brasileira são de portugueses. As divergências do passado, lá ficaram. Os ressentimentos foram diluídos pelo tempo. A união, as trocas de experiências e de aprendizados ganharam cores mais vibrantes e benéficas à formação humana de todos.
Neste Dia da Independência, é possível agregar e tornar reais muitos valores contemplados na Constituição, como respeito à diversidade em todos os sentidos, dar um não à toda e à qualquer forma de violência, e assumir o compromisso de contribuir efetivamente para a construção de um Brasil mais progressista, igualitário e justo, sem influências ideológicas. Cobrar, com respeito, mas como exercício de cidadania, aos Poderes da República a sua parcela de responsabilidade e de participação nessa edificação de um Brasil, atrelado aos valores civilizatórios. É preciso dignificar o direito de cada cidadão e o permitir que todos tenhamos orgulho do que aprenderam a chamar de “Pátria Amada”.
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