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Opinião

Análise: planejamento é palavra obrigatória na mobilidade urbana

Se a capital federal é uma das mais motorizadas do país, o foco precisa ser voltado para melhorar o transporte público. Torná-lo atraente

Acidente na Ponte JK, na manhã desta quinta-feira (31/8), provocou o fechamento das três faixas e gerou um grande engarrafamento nas pistas do Lago Sul e região -  (crédito: Reprodução/X/@BetoRicarte)
Acidente na Ponte JK, na manhã desta quinta-feira (31/8), provocou o fechamento das três faixas e gerou um grande engarrafamento nas pistas do Lago Sul e região - (crédito: Reprodução/X/@BetoRicarte)
postado em 01/09/2023 08:31 / atualizado em 18/09/2023 11:11

Os moradores da região compreendida entre o Lago Sul, Altiplano Leste, Jardim Botânico, Mangueiral e São Sebastião passaram por um imenso teste de paciência na manhã de ontem. Um acidente entre três carros e uma moto, logo nas primeiras horas do dia, provocou a interdição das três faixas em direção ao Plano Piloto e causou um enorme nó no tráfego. A batida, somada a outros pequenos abalroamentos, tornou impraticável a circulação pelas vias mais próximas.

Os relatos dos leitores impressionam. O simples trajeto entre o Condomínio San Diego e o Palácio do Planalto, que costuma levar em média de 15 a 20 minutos, chegou a ser feito em duas horas e 20. Ônibus atrasaram até duas horas nas viagens. Quem optava por dar a volta pela barragem do Paranoá, sem se importar em aumentar o caminho em até 30km, também pegou um trânsito intenso. O gargalo atingiu as pontes das Garças e Honestino Guimarães.

Todos sabemos que acidentes acontecem. É impossível prevê-los. O planejamento, no entanto, é fundamental para ter uma estrutura capaz de ser acionada para solucionar os problemas que surgem. A utilização da faixa reversa na Ponte JK, por exemplo, demorou a ser decidida. A medida é adotada com sucesso quando se precisa fazer uma manutenção nas pistas e deve ser aplicada, com mais frequência, nos casos mais graves de retenção do fluxo de veículos.

Bato na tecla do planejamento porque o tema da mobilidade urbana é um dos grandes desafios da capital federal. Novos bairros são lançados, obras são feitas — como o viaduto do Jardim Botânico, na altura do antigo balão da Esaf —, mas a frota de veículos não para de crescer. Já superamos com folga a marca de 1,9 milhão de carros, motos, ônibus e afins registrados no Detran do Distrito Federal. Tudo isso para uma população de 2,8 milhões de habitantes. É uma das maiores proporções no país.

Se a capital federal é uma das mais motorizadas do país, o foco precisa ser voltado para melhorar o transporte público. Torná-lo atraente. O metrô, por exemplo, está estagnado. Em 22 anos de existência, entra governo e sai governo, várias promessas de expansão foram feitas, mas nenhuma saiu do papel. Há demanda por mais estações nas cidades que hoje são atendidas pelo sistema, assim como avanço em direção à parte norte do DF mostra-se necessário.

Duas obras importantes para circulação urbana estão previstas no DF ainda em 2023, inseridas na nova edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): a expansão do metrô em Ceilândia e a implantação do BRT Norte, ligando Plano Piloto e Planaltina. Devem sair do papel, mas e o que mais? É necessário pensar daqui a 20 anos.

 

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