A frase que dá título a este texto já foi uma verdade no Brasil. Éramos exemplo para o mundo. Com o Programa Nacional de Imunizações, conseguimos erradicar doenças graves. Uma série de fatores, porém, nos fez baixar a guarda. Entre os quais, a percepção errônea de que algumas enfermidades não oferecem mais perigo; a falta de confiança nos imunizantes, motivada por informações falsas; a pandemia de covid-19 e a ação de grupos antivacina. Obviamente, o dano se acentou nos quatro anos de um governo negacionista da ciência e na consequente escassez de campanhas de comunicação — outrora feitas massivamente —, alertando a população para a importância das doses. Dessa forma, abrimos a porta para o retorno de moléstias gravíssimas, casos do sarampo e da poliomielite, conhecida como paralisia infantil.
Felizmente, o governo atual, numa postura responsável, está cumprindo seu dever de convocar a sociedade para retomar as altas coberturas vacinais no país. No último dia 17, por exemplo, lançou a campanha nacional de multivacinação, voltada especialmente para crianças e adolescentes menores de 15 anos. O vídeo oficial, com Xuxa e Zé Gotinha, está sendo exibido na TV aberta, nas redes sociais e em locais de grande circulação de pessoas.
O Ministério da Saúde também anunciou que equipes da pasta vão percorrer o Brasil para ministrar oficinas a gestores e lideranças. O objetivo é ajustar a imunização conforme as realidades locais. Entre as estratégias, estão realização do “Dia D” de vacinação, busca ativa de não imunizados e vacinação nas escolas. As unidades da Federação vão receber a multivacinação em etapas regionais até o fim deste ano. Aqui, no Distrito Federal, será do próximo dia 26 até 9 de setembro. Ou seja, no sábado já tem dia D da vacinação.
Imunizantes são seguros e eficazes, atestados por autoridades de saúde do mundo inteiro. E enfatizo o que diz o Artigo 14, parágrafo 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente: "É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias". Direito de meninos e meninas, dever da família e do Estado.
Para além do que determina a legislação, vacinar é um ato de amor, protege contra doenças preveníveis — evita sequelas e até morte. Portanto, pais ou responsáveis, levem crianças e adolescentes menores de 15 anos a uma unidade de saúde e atualizem a caderneta de imunização deles. Há 17 tipos de vacinas disponíveis para não imunizados ou que estejam com o esquema incompleto. Com a união de todos nós, vamos, sim, recuperar as altas coberturas vacinais, evitando riscos para nossos meninos e meninas.