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Violência

Artigo: Rede de perversidade

Prendeu 14 pessoas por armazenar e compartilhar pornografia infantil na internet. A operação envolveu, também, Estados Unidos, Porto Rico, Argentina, Panamá, Equador, Paraguai e Chile

Valdo Virgo/CB/D.A Press. Homem adulto, com um monstro a sua sombra, mostra pirulito a uma criança. Pedofilia. Abuso
      Caption  -  (crédito: Valdo Virgo/CB/D.A Press)
Valdo Virgo/CB/D.A Press. Homem adulto, com um monstro a sua sombra, mostra pirulito a uma criança. Pedofilia. Abuso Caption - (crédito: Valdo Virgo/CB/D.A Press)
postado em 31/08/2023 06:00 / atualizado em 01/09/2023 11:55

Nesta semana, a Polícia Federal saiu à caça de uma corja abominável. Prendeu 14 pessoas por armazenar e compartilhar pornografia infantil na internet. A operação envolveu, também, Estados Unidos, Porto Rico, Argentina, Panamá, Equador, Paraguai e Chile, numa cooperação internacional para combater a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes. Em alguns desses países, outros 32 pedófilos foram detidos.

Como esse tipo de violência é propagado pela rede mundial de computadores, polícias de várias nações agem em conjunto. Da parte do Brasil, a PF tem parceria com organismos estrangeiros, como Interpol e Europol. O trabalho inclui compatlhamento de informações e definição de estratégias de ação unificada, rastreando a procedência e o destino dos conteúdos. Assim, é possível prender criminosos em diversos países.

Graças à mobilização internacional, por exemplo, a PF deteve em Belém, no sábado passado, um pedófilo que estuprava três enteados: duas crianças e um adolescente. As investigações começaram após a polícia australiana alertar sobre vídeos em que o infame molestava uma criança.

A missão da segurança pública é hercúlea, porque os abusadores usam todos os tipos de artimanha para não serem rastreados. Geralmente, vídeos e fotos das atrocidades são postados em fóruns na darkweb, submundo da internet que não pode ser acessado por buscadores comuns — são necessários programas e autorizações específicas.

Produzir, armazenar e compartilhar pornografia infantil são crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, com penas de até oito anos de prisão. Punições brandas demais ante a perversidade. É preciso ter em mente que cada foto, cada vídeo corresponde a uma menina ou um menino violentado, inclusive bebês. Os miseráveis estupram, filmam ou fotografam tudo e compartilham. Na maioria dos casos, os molestadores são do núcleo familiar da vítima: pais, mães, irmãos, tios, avós, primos.

Quem não produz, mas tem posse ou compartilha o material — o que, por si só, já é um crime grave —, mesmo que não machuque crianças diretamente, contribui para que essa engrenagem continue a ser movimentada pelo sofrimento delas.

Aliada às ações policiais, a denúncia é uma das formas de enfrentamento da barbaridade. Os registros podem ser feitos em delegacias, pelo 190, em conselhos tutelares, pelo Disque 100, no site safernet.org.br ou pelo aplicativo Proteja Brasil. Denunciar é salvar vidas.

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