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CULTURA

Transa de Caetano

show, considerado impactante, lhe permitiu celebrar os 50 anos do emblemático disco Transa — o mais cultuado pelos fãs.

Caetano Veloso foi um presente dos deuses para os pacientes do Sarah -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Caetano Veloso foi um presente dos deuses para os pacientes do Sarah - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 15/08/2023 06:00

Caetano Veloso esteve recentemente em Brasília, participando de várias atividades, entre elas uma apresentação no hospital Sarah Kubitschek. De volta ao Rio de Janeiro, foi a atração, domingo último, do Doce Maravilha, festival produzido por Nelson Motta, na Marina da Glória. O show, considerado impactante, lhe permitiu celebrar os 50 anos do emblemático disco Transa — o mais cultuado pelos fãs.

Transa possui, também, um componente histórico, pois foi gravado quando Caetano cumpria exílio em Londres, por imposição da ditadura militar. O álbum, de seis canções inéditas — com letras em português e inglês — trazia referências de Luiz Gonzaga e Beatles, e estabelecia fronteiras entre a MPB e o rock.

No show, o cantor e compositor baiano foi acompanhado por Jards Macalé (violão e guitarra), Áureo de Souza e Tuti Moreno (percussão), os mesmos instrumentistas que participaram da gravação do LP, ao lado baixista Moacyr Albuquerque, morto em 2000.

O público que esteve na Marina da Glória teve o privilégio de ouvir a interpretação de Caetano para You don't know me, Nine out of ten, It's long way, Neolithic man, That's what rock'n (Nostalgia), Triste Bahia, criada a partir de poema do poeta maldito Gregório de Matos), além dos sambas Consolação (Baden Powell) e Mora na filosofia (Monsueto).

Quando lançado em 1972 pela Philips (atual Universal Music), o LP ganhou capa tripla que, com o encarte, sugeria um triângulo, transformando no que ficou conhecido como um "discobjeto". Tanto a capa quanto o projeto gráfico tinham a assinatura do diretor de teatro e cinema baiano Álvaro Guimarães.

Não estive domingo na Marina da Glória, mas, em pleno verão carioca de 1972, marquei presença no Teatro João Caetano (centro do Rio de Janeiro), quando, recém-retornado do exílio londrino, Caetano lançou o Transa, num show emocionante.

Recordo-me bem de um detalhe: vestindo um corpete vermelho (mesma cor do batom que usava), ele levou a plateia ao delírio quando interpretou O que é que a baiana tem, clássico da obra do mestre Dorival Caymmi. Com direito a rebolado.

É um lindo capítulo da fascinante e diversificada obra do eterno eterno tropicalista e da riquíssima história da música popular brasileira que, prazeirosamente, guardarei para sempre, na minha memória afetiva.

 

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