Na última quinta-feira, a jornalista, escritora e professora Dad Squarisi, nos deixou e se tornou ancestral para seus familiares e também para a equipe do Correio Braziliense. Seguiu, com serenidade, para o universo — espaço que considero ser a expressão material de Deus. Tornou-se mais uma luz no firmamento.
Desde o último dia 10, Dad domina as páginas do jornal. Não poderia ser diferente. Justa, amorosa e elegante homenagem a quem tanto contribuiu para o primeiro e o maior jornal da capital federal. Mas não só isso. Trata-se de reconhecimento público do legado indelével deixado como presente de valor inominável para a empresa e para todos os profissionais de hoje e dos que passaram pela redação do CB.
Ela era a nossa salvação. Sempre que tínhamos dúvidas quanto à concordância em frase ou se parte do texto era realmente compreensível para todos os leitores, ela corrigia os erros, sugeria a melhor forma de expressarmos o pensamento. Eram pequenas aulas e que jamais seriam esquecidas. Essas atitudes não restringiam-se à equipe do jornal. Gente de todas as partes — leitores, estudantes, profissionais de diferentes áreas de atividade e por aí vai — bastava telefonar. Dad sanava as dificuldades, com muita gentileza e didática.
Até agora as mensagens de conforto e de exaltação das virtudes da Dad não param de chegar pelo WhatsApp e pelo e-mail da editoria de Opinião. Elas vêm não só dos fãs brasilienses, mas também de outras cidades do país, assinadas por pessoas que seguiam a coluna Dicas de Português, publicada duas vezes por semana — articulistas, expertises de diferentes áreas do saber, missivista, que colaboram com a coluna Sr. Redator, e leitores assíduos do jornal. Surpresos, lamentam a partida da professora e, como a maioria da redação, reconhecem que ela deixou um vácuo, com certeza, impreenchível.
Não lembro-me mais da data em que cheguei à editoria de Opinião. Mas recordo-me do momento em que Dad perguntou-me se aceitaria trabalhar com ela. O inesquecível amigo Adriano Lafetá havia deixado o jornal — um querido que também foi para os braços do universo em 3 de outubro de 2022. Fiquei muito surpresa com o convite. Aceitei.
Hoje, tenho profunda gratidão à Dad pela paciência, pelas chamadas de atenção, pelos ensinamentos, pelos livros com os quais presenteou-me — relíquias na primeira prateleira da estante do meu escritório — e ao meu neto, João. Aprendi muito com ela, ainda que eu tenha muito a aprender mesmo estando muito próxima de ser uma septuagenária. Dad segue viva na lembrança e por meio de suas obras, amigos e, sobretudo, por meio de seu filho e netos. Muito obrigada, Dad. Até um dia.
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