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MEIO AMBIENTE

Artigo: Salvem a Amazônia

Os prejuízos provocados pela ação predatória do homem são incalculáveis e serão revertidos em danos para a própria humanide

A proposta da Cúpula da Amazônia de unir países que integram a floresta é um ponto de partida alvissareiro. -  (crédito: Reprodução/Ibama)
A proposta da Cúpula da Amazônia de unir países que integram a floresta é um ponto de partida alvissareiro. - (crédito: Reprodução/Ibama)
postado em 09/08/2023 03:55

Você está em casa, em paz, com sua família. De repente, um forasteiro invade seu lar, ameaça sua mulher e seus filhos, assalta sua geladeira e rouba seus bens. Leva o carro, a televisão de última geração, o notebook e sai, sem antes fazer um limpa na sua conta bancária. A grosso modo, é assim que garimpeiros, grileiros e latifundiários tratam os povos indígenas da Amazônia e a própria floresta. Em nome da insanidade do capital e do lucro, exploram o ouro, não sem contaminar os rios com mercúrio e abrir imensas voçorocas nas margens; devastam árvores centenárias em escala industrial; degradam o solo da floresta para o plantio da soja; colocam em risco a cultura e a própria existência dos verdadeiros donos da terra. Os prejuízos provocados pela ação predatória do homem são incalculáveis e serão revertidos em danos para a própria humanidade. Na verdade, as mudanças climáticas — ondas de calor semidesértico na Europa, o derretimento de calotas polares e temperaturas recordes na Cordilheira dos Andes — são um aviso do preço a ser pago pela ganância sem freios.

Durante a Cúpula da Amazônia, em Manaus, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi feliz em sintetizar a importância da floresta. "A Amazônia não é e não pode ser tratada como um grande depósito de riquezas. Ela é uma incubadora de conhecimentos e tecnologias. Nela podem estar soluções para inúmeros problemas da humanidade, da cura de doenças ao comércio mais sustentável. A floresta nos une", afirmou. Por vários anos, a Amazônia ficou esquecida na terra da ilegalidade, com índices de desmatamento assombrosos, indígenas assassinados, tráfico de animais silvestres e biopirataria, enquanto o Estado fechava os olhos para a vergonha.

A proposta da Cúpula da Amazônia de unir países que integram a floresta é um ponto de partida alvissareiro. É preciso que as nações amazônicas se unam em um esforço conjunto para preservar o bioma. Não apenas com políticas transnacionais de combate ao desmatamento, mas com o protagonismo de seus Exércitos e seus órgãos de proteção ambiental em um trabalho de forte cooperação, 24 horas por dia. O desmantelamento dos garimpos ilegais, a prisão dos responsáveis por predar e destruir a floresta e a salvaguarda dos direitos e das terras de indígenas são pontos fundamentais para a sobrevivência da Floresta Amazônica.

Aliás, essa deveria ser uma luta de todos os brasileiros. A imensa maioria da população não conhece a Amazônia, em face das dimensões continentais do país, e trata a região como se fosse um mundo à parte. Por isso, muitos não se incomodam com a devastação acelerada da floresta. Mas a Amazônia diz respeito a todos nós, brasileiros, e a toda a humanidade. Nós, brasileiros e sul-americanos, temos o privilégio de abrigar um mar verde salpicado de ríos, moradia de inúmeras espécies da fauna e da flora, local de saberes milenares. Cuidar de tanta riqueza é uma obrigação das autoridades e de todos nós.

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