Prêmio da Música Brasileira

Artigo: Um privilégio

Durante o PMB, além da premiação em várias categorias, o público que superlotou aquele tradicional espaço das artes do país pôde assistir — e aplaudir — a cantores e cantoras que reverenciaram Alcione, a grande homenageada da noite

Como tenho feito desde sempre, cobri para o Correio Braziliense, a solenidade do Prêmio da Música Brasileira que, em sua 30ª edição, voltou a ocorrer no belíssimo Theatro Municipal, no centro do Rio de Janeiro. Aliás, considero um privilégio para todo jornalista — especialmente os que atuam na área da cultura — participar de um evento desta importância.

Só o fato de estar lado a lado com alguns dos maiores nomes da MPB já é algo relevante. Interagir com eles, então, transcende a qualquer avaliação. Durante o PMB, além da premiação em várias categorias, o público que superlotou aquele tradicional espaço das artes do país pôde assistir — e aplaudir — a cantores e cantoras que reverenciaram Alcione, a grande homenageada da noite.

Quando surgiu em cena, no final de cerimônia, ficou claro o quanto a Marrom se emocionou depois de ouvir canções que marcaram a carreira dela, serem interpretadas por companheiros de ofício como os consagrados Caetano Veloso, Maria Bethânia, Chico César, Criolo, Péricles, Gloria Groove, Iza, Xande de Pilares; e pelos da nova geração, entre eles Fran Gil, Tim Bernardes e Zé Ibarra.

Após a cerimônia, uma concorrida festa, num clube na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul carioca, proporcionou calorosa confraternização entre os participantes do Prêmio. Ali pude reencontrar amigos de longa data, como Jards Macalé, Dori Caymmi, Jaques Morelembaum, Hamilton de Holanda, João Cavalcanti, Alaíde Costa e Mary Debs.

Numa das rodinhas que se formou, Hamilton contou aos circunstantes que foi de minha autoria a primeira matéria publicada sobre ele. O bandolinista se referia a um texto que escrevi para a apresentação do Dois de Ouro, duo que formou no início da carreira com o irmão e violonista Fernando César.

Hamilton, aliás, foi um dos premiados, ao ser distinguido na categoria Melhor Canção, por Que tal um samba?, que gravou com Chico Buarque. Esse troféu se juntou a outros tantos conquistados em edições anteriores do certame, como intérprete e arranjador — representando a música brasiliense.

Radicado no Rio de Janeiro desde 2000, o músico volta com alguma frequência à capital. Sábado último ele retornou ao seu nascedouro artístico na qualidade de atração do projeto Complexo Cultural do Choro. No show, em que teve a acompanhá-lo o sobrinho e contrabaixista Bento Tibúrcio, prestou homenagem a Dominguinhos, recriando clássicos da obra do saudoso compositor e acordeonista pernambucano.

Consagrado internacionalmente, em julho Hamilton de Holanda cumprirá nova turnê pela Europa, para lançar o álbum Flying chicken. No dia 13 estará em Marselha, na França, onde será protagonista de um concerto, acompanhado por 100 bandolinistas. Isso se chama reverência!

 


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