O Ministério da Saúde avalia que uma vacina contra dengue estará disponível no Sistema Único de Saúde em um ano e meio. A lamentar que ainda vai demorar um pouco, é uma ótima notícia para um país que registrou, somente em 2023, 596 mortes pela doença — e há 428 em investigação. Os dados foram apresentados em debate na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, na semana passada.
A nova vacina, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), poderá ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos. Conforme os estudos, o imunizante fornece ampla proteção porque é composto de quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. O Brasil até tem uma vacina contra a enfermidade, mas com recomendação apenas para quem já teve a doença.
Só neste ano, houve 1,3 milhão de casos prováveis de dengue, que provoca febre alta; dor pelo corpo, nas articulações e atrás dos olhos; falta de apetite, manchas vermelhas, dor de cabeça e mal-estar, além, claro, do risco de morte. Agora, estamos prestes a contar com uma vacina capaz de combater esse mal.
Mas não basta ter as doses à disposição, óbvio, é preciso que haja conscientização da população sobre a necessidade de se imunizar. O que, infelizmente, não está acontecendo em relação a vacinas já incluídas no SUS. As coberturas vacinais estão bem abaixo da meta de 95% — patamar estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Hoje, o Brasil corre o risco de sofrer com o retorno de doenças eliminadas por aqui, como a poliomielite.
Vacinas são uma conquista da humanidade. Evitam de dois a três milhões de mortes por ano, segundo a OMS. Eliminam ou reduzem o risco de contrair doenças ou de que ocorram quadros graves. Por que estamos abrindo mão de bem tão precioso?
Essa proteção é gratuita, acessível a todos. Não se deixe levar por notícias falsas, não pense que é desnecessário se imunizar por causa de uma percepção errônea de que uma série de doenças não oferece mais perigo. Se tiver com doses em atraso, procure uma unidade de saúde. Caso haja crianças ou adolescentes em casa, leve-os também para atualizar o cartão de vacinação. Não permita que corram risco de sofrer com sequelas ou até de morrerem. Imunizantes são seguros e salvam vidas.