EDITORIAL

Visão do Correio: Senado exalta a liberdade de imprensa

Senadores homenageiam o diplomata, jornalista e escritor José Hipólito da Costa, que lançou o primeiro jornal brasileiro — Correio Braziliense — em 1808, em Londres

O Dia da Imprensa, definido como 1º de junho, foi celebrado ontem em homenagem do Senado Federal ao diplomata, jornalista e escritor José Hipólito da Costa (1774-1823),fundador do Correio Braziliense, o primeiro jornal brasileiro, lançado nesse mesmo dia, em 1808, em Londres. O império não permitiu que o periódico chegasse ao Brasil, mas nem por isso, os desmandos da Coroa portuguesa deixaram de aportar em terras brasileiras. Era o início de uma batalha para garantir aos cidadãos o acesso às decisões do poder público, o lançamento da semente da liberdade de imprensa, que foi se fortalecendo ao longo dos anos.

A liberdade de imprensa é um dos pilares do Estado democrático de direito. Para muitos, ela é o quarto poder, após o Executivo, o Judiciário e o Legislativo. Ela que garante aos cidadãos o acesso a informações. A censura é o obscurantismo.

Ao longo da história, a imprensa brasileira se viu pressionada por períodos autoritários. Censores do regime exceção agiram para evitar que a população tomasse conhecimento dos verdadeiros atos do Estado e suas consequências à vida de todos. Essa prática ficou no passado. A partir de 1985, o Brasil voltou ao regime democrático.

Os veículos de comunicação fortaleceram-se em meio à nova conjuntura sem mordaça e sem opressão. De lá para cá, o leque de meios de comunicação cresceu exponencialmente. Além de jornais, revistas, rádios e emissoras de televisão, a tecnologia desenvolveu a internet, os sites de informações, redes sociais com múltiplas formas de interlocução individuais e coletivas.

Ao lado dos avanços, os dirigentes de empresas sérias e comprometidas com a ética e a informação verdadeira, amparada nos fatos, sem retoques ou artificialismos, se colocam a favor de uma regulação dos meios virtuais de informação. Esse entendimento vem sendo fortalecido, a partir do uso distorcido das redes sociais, que foram transformadas em vetores da disseminação de notícias falsas, caluniosas e abusivas.

A cerimônia foi presidida pela senadora Leila Barros (PDT-DF), autora do requerimento para celebrar a data. Ela afirmou que a imprensa é um setor vital. Reconheceu o papel dos jornalistas e dos meios de comunicação. Condenou a violência contra os profissionais e o uso das inovações para propagar as fake news. Defendeu ainda a liberdade de expressão como instrumento de combate às notícias falsas. No evento, houve uma homenagem especial ao Correio Braziliense, que nasceu junto com Brasília, em 21 de abril de 1960, e hoje é um dos mais reconhecidos jornais do grupo Diários Associados.

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