Noventa em cada 100 domicílios brasileiros têm acesso à internet. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, mais exatamente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Se compararmos com a última amostragem, de 2019, demonstram que houve um crescimento, em dois anos, de 6% nos domicílios que tinham acesso à internet. Mas será que é isso tudo mesmo?
Em 2021, o meio eletrônico mais utilizado para acesso à internet em domicílios foi o telefone celular — 99,5% das casas brasileiras, seguido pela televisão, com uma média de 44,4 a cada 100 domicílios, ultrapassando pela primeira vez computadores e tablets — com 42,2% e 9,9%, respectivamente.
O uso da internet para chamadas de voz ou de vídeo cresceu para 95,7%, superando a porcentagem de conversas por mensagens de texto, imagem ou voz via aplicativos, que ficou em 94,9%.
A boa notícia é que cresceu também o número de idosos que acessam a internet, superando, pela primeira vez, os 50%, atingindo a marca de 57,5% de pessoas a partir de 60 anos com acesso à internet. A faixa etária de 50 a 59 anos, por exemplo, teve um crescimento de 8,9 pontos percentuais.
Recentemente, o Ministério das Comunicações divulgou quais serão as estratégias da pasta para levar a inclusão digital a mais brasileiros, ampliando a cobertura de internet, com destaque para a Região Norte, a mais deficiente do país nesse tema. A promessa é de que em breve a Infovia 01 do Programa Norte Conectado seja lançada pelo governo federal, levando conectividade a moradores da região. Entre outras medidas, está a distribuição de chips de celular com pacote de dados para acesso à internet a estudantes de baixa renda.
Infelizmente, entre os 10% de brasileiros que não têm acesso à internet, muitos estão em zonas rurais e em regiões remotas — seja no Nordeste, no Norte do país ou na Amazônia. A questão é que essas regiões não atraem o capital dos agentes privados, e essa lacuna permanece ao longo de décadas.
Fornecer a essa parte da população meios de se conectar gera outras vantagens, como o acesso de pequenos produtores a informações que contribuem para potencializar a produção. O jovem que vive nessas áreas tem mais oportunidades de se deslocar das zonas rurais para os grandes centros urbanos, dando suporte à família e levando os serviços do governo até essas regiões mais longínquas.
Na outra ponta, para os próximos anos, o que se espera é que o Brasil esteja completamente integrado — de Norte a Sul — à tecnologia 5G, que entrega uma velocidade cinco vezes maior que a anterior, podendo gerar mais conexões em vários setores da economia, inclusive no agronegócio, que envolve os pequenos, médios e grandes produtores, assim como as grandes indústrias. Enfim, as oportunidades de crescimento são infindáveis, desde que haja uma política de ampliação desse setor.