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Artigo: Homenagem à Marrom

Expressão cultural de maior popularidade no Brasil, a música destaca-se, entre outras coisas, pelo seu aspecto plural. Impressiona a quantidade de estilos sonoros ouvidos nas diversas regiões do país. Pois bem, toda a diversidade desse segmento artístico tem estado presente na mais importante premiação do país nesta área.

O Prêmio da Música Brasileira, criação de José Maurício Machline, após um hiato de quatro anos, voltará a ocorrer no dia 31 deste mês. A cerimônia, que acontecerá no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, reverenciará Alcione, intérprete de samba, canção romântica e jazz, uma das grandes vencedoras do certame.

O evento terá como apresentadores o ator Lázaro Ramos e o escritor e influenciador digital Felipe Neto. Eles comandarão uma noite repleta de números musicais inéditos e exclusivos, em show que celebrará os 50 anos da carreira da Marrom. Os intérpretes ainda não foram anunciados, mas, entre eles, certamente, estarão companheiros de ofício que têm afinidade pessoal ou artística com a homenageada.

Referência para a cultura nacional, ao estimular a produção musical, revelar talentos e promover encontros e homenagens, o PMB reafirma os laços com a inovação e acompanha as transformações que o mundo, a tecnologia e o mercado fonográfico viveram nos últimos anos, com a revisão de categorias e a preocupação em causar impacto social em suas ações.

Entre as modificações debatidas e implementadas pelo Conselho do Prêmio —formado por grandes nomes da MPB, entre eles Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Djavan, João Bosco, Arnaldo Antunes e Wanderléa —, está a retirada da divisão entre cantor e cantora para a entrada de intérprete, abrangendo artistas femininos, masculinos e não binários.

Da mesma forma, a antiga categoria Pop/ Rock/ Reggae/ Hip Hop/ Funk passa a se dividir em duas: Pop/Rock e Música Urbana. A premiação de melhor DVD torna-se Melhor Produto Audiovisual, em que podem concorrer clipes, DVDs, documentários musicais e projetos para plataformas de vídeo.

A seleção dos indicados para as 31 categorias é um painel diverso e equilibrado. Apenas dois artistas acumulam três indicações: Chico César, que circula entre as categorias Canção Popular e Pop/Rock, e a Orquestra Sinfônica Brasileira, que domina a área do Lançamento Erudito.

Chico Buarque, Martinho da Vila, Criolo, Yamandu Costa, Diogo Nogueira, Fundo de Quintal, Anitta e Elba Ramalho estão entre os 22 artistas empatados com duas indicações. Da lista de concorrentes fazem parte também fenômenos revelados nos últimos anos, como Iza, Baco Exu do Blues, Gloria Groover e Barões da Pisadinha; e os novatos Duda Beat, Zeca Veloso, Gilsons, Bala Desejo e Jovem Dionísio. Brasília tem dois representantes no evento: Hamilton de Holanda e Jorge Helder.

Como repórter do Correio Braziliense fiz cobertura do Prêmio da Música Brasileira desde a primeira edição, em 1987, realizada no teatro do Hotel Nacional, em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro, que reverenciou o legado de Vinicius de Moraes.

Em edições posteriores foram distinguidos outros gigantes da MPB como Noel Rosa, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Milton Nascimento, Ângela Maria, Gal Costa, Rita Lee e Clara Nunes. Em 2018, Luiz Melodia foi o último a ser glorificado. Nos quatro anos seguintes, o Prêmio da Música Brasileira deixou de ser realizado por falta de patrocínio e devido à pandemia de covid-19. A 30ª edição contará como patrocinadora a empresária Heloísa Guarita.

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