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Tina Turner

Artigo: Diva do rock

"A eterna rainha do rock partiu deixando como legado o registro de sua arte em 14 discos, sete documentários e sete filmes"

 Singer Tina Turner acknowledges applause after performing on the closing night of her
Singer Tina Turner acknowledges applause after performing on the closing night of her " Twenty Four Seven" concert tour December 6, 2000 at the Arrowhead Pond arena in Anaheim, California. (EDITORIAL USE ONLY) REUTERS/Rose Prouser Caption - (crédito: REUTERS)
postado em 30/05/2023 06:00 / atualizado em 30/05/2023 18:05

Em janeiro de 1988, eu estava no Rio de Janeiro quando soube que Tina Turner se apresentaria no Maracanã, no dia 16 daquele mês. Como, obviamente, não poderia perder a oportunidade de ver de perto um das maiores nomes da história do rock, me apressei para comprar o ingresso. O concerto iniciaria às 22h, mas cheguei ao estádio às 19h. A longa espera de três horas para o começo da apresentação valeu a pena, pelo clima de euforia que estava rolando. Eu me posicionei bem próximo do palco e de lá vi Tina chegar, conduzida por um carro alegórico da Beija-Flor — criado por Joãozinho 30 —, acompanhada pela bateria e passistas da escola de samba de Nilópolis, em meio a fogos de artifício. Com eles estava Neguinho da Beija-Flor, que soltou o seu característico grito efusivo: "Olha a Tina Turner aí, gente!"

Após subir ao palco e de lá contemplar a multidão que estava ali, ansiosa, para ouví-la, a cantora abriu um largo sorriso e exclamou: "Thank you". Não era para menos. Naquela apresentação, ao ser assistida por 180 mil pessoas, ela viu ser estabelecido o recorde de público em sua trajetória artística — cinco mil a mais do que ocupou o mesmo local, oito anos antes, no show de Frank Sinatra.

Parte da vibrante plateia demonstrou conhecimento da obra da norte-americana e fez coro com ela em hits como Private dance, We don´t need another hero e Paradise is here. Esta última, segundo a produção, foi uma reverência da estrela ao Rio de Janeiro, cidade que, pela beleza, a deixou muito impressionada.

Tina, à época, contabilizava 14 anos de carreira, seis discos lançados — Private dance, o mais bem sucedido, havia vendido cinco milhões de cópias nos Estados Unidos e 11 milhões em outras partes do mundo — e ostentava o título de rainha do rock. Na turnê que fazia pela América Latina, divulgava o álbum Break every rule.

Quarta-feira última, aos 83 anos, este nome gigantesco da cena pop internacional partiu para outra dimensão. Lá se juntou a verdadeiras lendas roqueiras como Chuck Berry, Little Richard, Elvis Presley, Bo Didley, John Lennon, Jimi Hendrix, Janis Joplin, David Bowie, Kurt Cobain, Cely Campelo, Erasmo Carlos, Rita Lee, Cazuza, Renato Russo e Cássia Eller.

A eterna rainha do rock partiu deixando como legado o registro de sua arte em 14 discos, sete documentários e sete filmes. Uma obra que permitirá aos fãs, em todo mundo, continuarem cultuando a memória da diva.

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