NULL
Opinião

Visão do Correio: Empregos do futuro

A começar pela previsão de que pelo menos um quarto dos empregos (23%) devem mudar num intervalo de cinco anos, teremos um panorama bem diferente do atual em um espaço relativamente pequeno de tempo

Ilustração de homem pensando em uma carteira de trabalho -  (crédito: Cícero/CB/D.A Press)
Ilustração de homem pensando em uma carteira de trabalho - (crédito: Cícero/CB/D.A Press)
postado em 19/05/2023 06:00

São muitas as lições que podemos tirar do mais recente Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023, divulgado este mês pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), em Genebra, na Suíça. A começar pela previsão de que pelo menos um quarto dos empregos (23%) devem mudar num intervalo de cinco anos, teremos um panorama bem diferente do atual em um espaço relativamente pequeno de tempo.

De um lado, os especialistas destacam aspectos positivos, como a transição verde, quase 70 milhões de novos empregos, o crescimento do acesso digital e a consolidação dos padrões de ESG (sigla para práticas ambientais, sociais e de governança). Mas os aspectos negativos são igualmente desafiadores: a eliminação de 83 milhões de postos de trabalho (de um total de 673 milhões de empregos estimados em todo o mundo), um crescimento econômico lento, a escassez de suprimentos e a temida alta da inflação.

Nesse novo panorama, muda também parte das atividades laborais. Ganham mais espaço os especialistas em Inteligência Artificial e aprendizado de máquina, experts em sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e especialistas em segurança da informação. A previsão é de um crescimento de 30% no número de vagas nessas áreas. Entre os setores mais promissores, estão educação, agricultura e comércio digital.

Apesar de um período de incertezas, que ainda se mantém após a pandemia de covid-19, a expectativa é de que governos e empresas invistam nas mudanças, com foco nos empregos do futuro, impulsionados pela tecnologia e pela digitalização — seja a partir da educação, requalificação e de instrumentos sociais que garantam os direitos individuais dos trabalhadores.

Como parte desses objetivos, o fórum também traçou as 10 principais habilidades (skills) para os próximos anos. São elas: 1) Pensamento analítico, 2) Pensamento crítico, 3) Resiliência, flexibilidade e agilidade, 4) Motivação e autoconsciência, 5) Curiosidade e aprendizagem ao longo da vida, 6) Alfabetização tecnológica, 7) Confiabilidade e atenção aos detalhes, 8) Empatia e escuta ativa, 9) Liderança e influência social e 10) Controle de qualidade. Entre essas competências, o destaque fica por conta da alfabetização tecnológica ou letramento digital — independentemente da faixa etária ou nível social.

Funções relacionadas a big data ou ciência de dados devem impulsionar a criação de empregos — a exemplo de analistas, cientistas e especialistas em análise de dados e aprendizado de máquina, assim como de profissionais de segurança cibernética. Segundo o levantamento, são esperadas 2 milhões de novas funções nas áreas de comércio eletrônico, transformação digital e marketing estratégico. Outras perderão espaço, como setores administrativos e de secretariado, como caixas de banco.

Fato é que a Inteligência Artificial — considerada a "bola da vez" — deve ser adotada por quase 75% das empresas que integram o estudo (no caso 803 empresas que empregam coletivamente mais de 11,3 milhões de trabalhadores em 27 grupos de setores). Aos gestores públicos, cabe a atualização de ferramentas e materiais utilizados na formação de futuros profissionais e o apoio a programas que possam levar aos jovens informações e oportunidades de capacitação para os empregos do futuro.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

-->