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SAÚDE

Visão do Correio: Frio e doenças respiratórias

Se antes a incidência de gripe e resfriado eram maiores nos hospitais pediátricos e prontos-socorros nesta época do ano, atualmente bebês e crianças lotam as unidades de saúde, em decorrência do VSR

Doenças respiratórias tendem a aumentar com chegada da estação -  (crédito: Fripeek/Divulgação)
Doenças respiratórias tendem a aumentar com chegada da estação - (crédito: Fripeek/Divulgação)
postado em 15/05/2023 06:00 / atualizado em 15/05/2023 17:24

Ele chegou mais cedo este ano e é responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças entre 0 e 4 anos. O vírus sincicial respiratório (VSR), geralmente registrado em estações mais frias, aterrissou no Brasil ainda no verão e provocou 3.300 casos de infecções, de janeiro a março deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), inclusive, fez um levantamento mostrando que a taxa de mortalidade pelo vírus sincicial é de uma a cada 50 crianças menores de cinco anos em todo o mundo — isso sem falar no risco para idosos, pacientes com doenças cardiovasculares, pulmonares crônicas e com o sistema imunológico baixo.

Um dos fatores que contribui para a propagação do VSR é o fato de os ambientes ficarem fechados devido às temperaturas mais baixas, assim como a lavagem das mãos, que ocorre com menor frequência, facilitando a disseminação de doenças infecciosas.

Se antes a incidência de gripe e resfriado eram maiores nos hospitais pediátricos e prontos-socorros nesta época do ano, atualmente bebês e crianças lotam as unidades de saúde, em decorrência do VSR. Mesmo que a maioria dos casos seja considerada leve, alguns evoluem rapidamente para complicações graves, levando os pais a procurar os serviços de emergência com certa frequência.

Altamente contagioso, o VSR pode ser transmitido pelo ar, pelo contato direto pessoa a pessoa — seja por meio de gotículas de espirro, catarro e saliva, além de objetos contaminados, onde o vírus pode sobreviver por até 24 horas, a exemplo de copos, talheres ou em brinquedos. Para a detecção, são realizados testes moleculares, feitos a partir de amostras das secreções respiratórias, coletadas por meio de instrumento semelhante a um cotonete (swab).

Portanto, sintomas como tosse, febre, chiados e mal-estar não devem ser confundidos com gripe ou resfriado, atrasando ainda mais um diagnóstico preciso. Nos casos em que bebês e crianças já têm uma doença de base crônica (asma, rinite e determinadas doenças pulmonares), as baixas temperaturas contribuem para o estreitamento brônquico (fechamento dos brônquios), com consequente piora da falta de ar.

A pouco mais de um mês do inverno — a estação começa em 21 de junho —, hospitais de parte das capitais brasileiras apresentam lotação. Dados da Fiocruz de abril deste ano revelam que o VSR está com tendência de crescimento em pelo menos 17 estados brasileiros.

Mas, infelizmente, não há uma imunização específica para a proteção contra o vírus sincicial respiratório. Os pneumologistas e pediatras recomendam, entre outras medidas preventivas, que os pais mantenham o cartão de vacinas dos filhos em dia para outras doenças, ajudando a fortalecer o sistema imunológico dos bebês e crianças, evitando que o VSR seja disseminado em escolas e creches.

 


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