PAULO OCTÁVIO - Empresário e presidente do PSD-DF
No recente 21 de abril, celebramos os 63 anos de Brasília e, com ela, o grande presidente Juscelino Kubitschek. Data fundamental, pois Brasília e JK representam, para o Brasil, um legado de 50 anos de desenvolvimento em cinco anos de governo. Uma história que transformou a estrutura econômica, social e política do país, inserindo o Brasil na era da modernidade e consolidando a democracia naqueles tempos. Por isso, relembrar os fatos é reencontrar valores e princípios que nortearam um dos momentos mais férteis da nação.
Muito mais do que o nascimento de uma nova capital, Brasília significa a interiorização do país e a ocupação do território nacional em sua totalidade. Nossa capital é o ponto de convergência que unificou nossa terra brasilis. A partir de Brasília foram abertas estradas que integraram nosso território de norte a sul, leste e oeste. Uma unificação que trouxe desenvolvimento para regiões até então isoladas e oportunidades de trabalho para milhões de brasileiros.
Nossa cidade é a meta-síntese de um plano de governo amplo e bem estruturado, pautado em pontos estratégicos: estímulo à indústria nacional para gerar riquezas e empregos; construção de usinas hidrelétricas para gerar energia à indústria e às cidades; abertura de estradas para escoar a produção; promoção de ensino de qualidade para qualificar a população; e investimento na agricultura para alimentar a todos. Um plano que se concretizou na construção da nova capital no centro do país, aproximando os estados brasileiros das decisões nacionais.
Brasília é uma capital estratégica não só do ponto de vista geopolítico, mas também uma cidade única no mundo, capaz de mostrar a competência dos arquitetos, engenheiros, urbanistas, artistas e trabalhadores brasileiros, que, em cinco anos, transformaram o país, inserindo a nação num ciclo de desenvolvimento e oportunidades.E aqui peço licença para falar da minha história com Brasília. Sou mineiro de nascimento, mas um candango de corpo e alma. Cheguei menino, em 1962. Vi nascer as superquadras, vi o plantio da grama e das árvores e acompanhei com meu pai cada nova obra que surgia na cidade. Para mim, 21 de abril é uma data com significados muito importantes. É como se fosse meu segundo aniversário e acredito que também o seja para milhares de brasilienses que, como eu, cresceram com Brasília.
Por isso, todos os anos, em abril, minha empresa faz questão de celebrar nossa capital modernista, inaugurando obras, lançando novos empreendimentos, homenageando pioneiros que, com trabalho e confiança, contribuíram para o fortalecimento da cidade.
No 21 de abril, cumprimos extensa agenda. Homenageamos o engenheiro Luiz Carlos Botelho Ferreira, dando seu nome a um edifício histórico do Setor Comercial Sul, recentemente recuperado e inteiramente renovado pela PaulOOctavio. Lançamos um belo empreendimento na 113 Norte, em homenagem ao arquiteto Geraldo Estrela, e promovemos o lançamento do livro do advogado Pedro Gordilho, Destinos Improváveis, no histórico Brasília Palace Hotel.
A agenda se completou no dia 22, com a inauguração das novas instalações da Bali Automóveis e o lançamento, no Memorial JK, do livro De casaca e chuteiras, do jornalista Silvestre Gorgulho, obra que mergulha nos fatos que marcaram o Brasil entre 1956 e 1977, quando Juscelino Kubitschek e Pelé protagonizaram grandes feitos na história do país.
Neste momento em que o Brasil atravessa — um momento de triste e desnecessária polarização —, é importante relembrar JK, um político que soube dialogar com os adversários, respeitar as instituições democráticas, seguir a Constituição, compreender a alma brasileira e entregar à nação o mais completo e profícuo governo do Brasil. Essa é uma história que deve ser relembrada todos os dias, porque o nascimento de Brasília e o governo JK significam democracia com responsabilidade; política com respeito aos cidadãos; ética como princípio de governança; desenvolvimento como geração de riquezas e empregos; e generosidade como filosofia política.
Hoje, infelizmente, a tecnologia dá asas a aventureiros que querem desestabilizar a organização social, subvertendo as instituições democráticas. Tempos em que a liberdade de expressão vem sendo confundida com vontade própria. Neste momento de disseminação de mentiras e contrainformação, é fundamental reencontrar os valores e os princípios de JK e sua equipe para ajudar a reorganizar a vida social do país, restabelecendo a noção de que o direito é uma conquista social, e a ética é o princípio da convivência e da civilidade.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br