Nos últimos dias, muito se falou sobre a repercussão negativa após a decisão do governo federal de taxar empresas asiáticas e, consequentemente, acabar com a isenção do imposto de importação nas encomendas relativas a pessoas físicas no valor de até US$ 50. O barulho feito nas redes sociais formadas por milhares de consumidores desses produtos (chineses, coreanos etc.) — surtiu efeito e a equipe econômica voltou atrás.
Na quinta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a se reunir com representantes da empresa de e-commerce chinesa Shein e anunciou a criação de 100 mil empregos em terras brasileiras, além da nacionalização de 85% dos produtos da gigante do comércio eletrônico, e a promessa de que, em quatro anos, a produção será toda no Brasil.
Mas qual é o perfil do consumidor brasileiro? Quem são os verdadeiros compradores dos produtos asiáticos? Uma recente pesquisa produzida por uma plataforma de gestão de fretes, a Melhor Envio, apontou quais são os produtos que os brasileiros mais compram na internet. A empresa conta, atualmente, com sete transportadoras integradas, que são: Correios, Jadlog, Latam Cargo, Azul Cargo Express, Via Mundo, Buslog e Loggi.
Esse cenário foi bastante impactado positivamente ao longo da pandemia da covid-19, já que as compras on-line passaram a fazer parte do dia a dia dos consumidores, refletindo em resultados exponenciais. Segundo o estudo, os tipos de produtos preferidos dos consumidores, ou seja, mais enviados pelos lojistas de e-commerce, são, nesta ordem: moda, joias e relógios, mais categorias (inclui brindes, nicotina, incenso etc.), beleza e cuidado pessoal, entretenimento e lazer.
A pesquisa, feita em 2020 e 2021, mostrou que a moda foi o destaque do ano, com 5,8 milhões de produtos intermediados pela empresa — o que correspondeu a 24% de share de participação em relação ao total de itens, que alcançou mais de 24,8 milhões. Nessa categoria, está o mercado de bolsas, calçados, vestidos, camisetas, calças e blusas.
Joias (brincos, colares e pulseiras) e relógios chegaram a 2,4 milhões de produtos enviados, seguidos por categorias diversas (brindes, nicotina, incensos), com 2,2 milhões; beleza e cuidado pessoal (perfume, sabonete, gel e xampu), com 2,1 milhões; e, em quinto, entretenimento e lazer (livro e boneca), com 1,9 milhão de produtos intermediados pela empresa.
Com base na pesquisa acima, especialistas em e-commerce garantem que as compras on-line só tendem a crescer, mesmo com a retomada definitiva do comércio físico. No entanto, juntamente com esse mercado em expansão, o número de fraudes também aumenta em escala exponencial.
Dados do Mapa da Fraude, realizado pela ClearSale, revelam que o e-commerce brasileiro registrou 5,6 milhões de tentativas de fraudes ao longo de 2022, 4,8% a mais do que em 2021. O estudo analisou 312,2 milhões de pedidos de itens no setor. Ao que parece, não serão as tentativas de fraudes que farão os consumidores abandonarem a praticidade das compras on-line.