Hoje é um dia que enche o brasiliense de orgulho. Tanto para os que nasceram aqui quanto para os que foram adotados pela cidade. Não se trata apenas de celebrar outro aniversário, mas, sim, reverenciar a capital do por do sol mais bonito do Brasil — e, sem exagero, quiçá do mundo. Como bem definiu o arquiteto e urbanista Lucio Costa, "o céu é o mar de Brasília".
Problemas temos vários. Sabemos de cor e salteado quais são os males que nos afligem. Só que hoje é dia de deixá-los um pouquinho de lado. Enquanto o país rememora a Inconfidência Mineira, nós celebramos os 63 anos da capital de todos os brasileiros. Dia de Maratona, de caminhar no parque, de percorrer as feiras livres, de ouvir uma música em bares ou embaixo de uma árvore. Programas não faltam.
A leitura do caderno especial do Correio, publicado hoje, é praticamente obrigatória. São 32 páginas sobre a cidade que se reformata, sem perder as características projetadas por Oscar Niemeyer e Lucio Costa. Nasci e cresci aqui e percebo isso no dia a dia, a reinvenção da cidade, principalmente nesse período em que a vida volta à normalidade depois dos duros anos vividos na pandemia.
A cena musical anda a mil. O samba, outrora baseado no Cruzeiro, graças à Aruc, hoje está espalhado pelo Distrito Federal. Desde os bares da Asa Norte e da Vila Planalto até Ceilândia e Taguatinga, sem deixar de passar por Águas Claras ou dando uma esticadinha até o Gama. O hip hop avança, ganha cada vez mais fãs. Bandas de pagode se multiplicam e têm cada vez mais projeção nacional.
E o que falar das feiras? Elas são marcantes. Curto quatro, em especial: a da Torre de TV, com o artesanato e a gastronomia de todos os cantos do Brasil; a do Guará, com o vaivém frenético de público durante todo o dia e aquele pastel de queijo bem especial; a de Ceilândia, com os sabores nordestinos que tanto nos encantam — a melhor buchada de bode que já comi até hoje foi ali; e a do Produtor, em Vicente Pires, com a sua variedade de frutas, verduras, carnes, ovos, doces.
Nasci e cresci aqui. E daqui não pretendo partir. Que sorte danada a minha (arrisco mais, a nossa) de ser(mos) brasiliense(s).
Parabéns, Brasília.