Já sabemos que a hipertensão arterial é um inimigo silencioso. Também sabemos que para evitá-la é preciso uma alimentação adequada, atividade física, exames de rotina e aquela lista de autocuidado que conhecemos. Outro dado que costumamos ouvir, especialmente no consultório do cardiologista, é quanto aos níveis da pressão arterial. O ideal é que o resultado seja em torno de 120mmHg por 80mmHg, o tradicional 12 por 8.
Mas, mesmo que saibamos como proceder, os números que envolvem as doenças cardiovasculares precisam ser ditos, repetidas e repetidas vezes. Na quarta-feira que vem (26) é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial e, mesmo que ainda não tenhamos lidado com essa doença, é importante conhecer alguns dados.
A hipertensão arterial atinge, principalmente, o coração, os rins e o cérebro, causando danos estruturais que culminam em doenças isquêmicas, insuficiência cardíaca e/ou renal e acidente vascular cerebral.
O diagnóstico de hipertensão se dá quando o nível de pressão arterial mínima apresenta uma elevação constante, acabando por comprometer o coração e o sistema circulatório. De acordo com a Associação Brasileira de Patologia (SBP), aproximadamente 30% da população do país sofre com a doença, ou seja, mais de 63 milhões de brasileiros.
E essa não é a pior notícia. Um estudo publicado pela Revista Brasileira de Hipertensão mostra a baixa adesão dos pacientes hipertensos ao tratamento. Cerca de 70% deles têm a pressão arterial fora de controle devido à falta de aderência (adesão) ao que é prescrito pelos especialistas.
A baixa procura por tratamento, consequentemente, é uma das maiores preocupações dos médicos, por ser grande fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, e essas, sim, são a principal causa de morte no Brasil e no mundo.
Fato é que, com o passar dos anos, caso a hipertensão seja negligenciada, o cenário tende a piorar, podendo causar danos irreparáveis à saúde e ao bem-estar físico — a exemplo de quadros como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.
Pesquisas anteriores à citada acima já demonstravam um cenário preocupante, já que 35% dos brasileiros nunca haviam feito exames preventivos, seja por conta das grandes filas do Sistema Único de Saúde (SUS) ou pela dificuldade com os altos preços dos exames praticados no mercado.
Mais importante do que controlar a pressão arterial, por meio de checapes rotineiros, é evitar chegar a um quadro definitivo, ou seja, previna-se, monitorando o estilo de vida, com uma alimentação pobre em sódio e colesterol — grandes causadores do aumento da pressão —, e se exercitando.
Além da predisposição genética, que também conta, o sedentarismo, a obesidade, o estresse e a ansiedade fatalmente vão contribuir para a hipertensão. Portanto, sentiu-se mal, teve dores no peito, cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada ou sangramento nasal, pode ser que você seja um forte candidato a ingressar no grupo dos hipertensos. E ninguém, em sã consciência, quer tomar remédio para o resto da vida.