Opinião

Artigo: Sabotadores da vacinação

Estamos correndo sério risco de ver a reintrodução de doenças erradicadas por aqui. Caso da poliomielite — a paralisia infantil —, eliminada do país em 1989

Como é reconfortante ver o Ministério da Saúde recuperar sua missão de "promover a saúde e o bem-estar de todos, por meio da formulação e implementação de políticas públicas de saúde, pautando-se pela universalidade, integralidade e equidade". Verdade que o caminho está sendo retomado ainda, após anos sombrios, mas já vemos trabalho em andamento. Isso dá muita esperança.

E destaco, com grande contentamento, o Movimento Nacional pela Vacinação, cujo objetivo é recuperar as altas coberturas de imunização. É medida urgente porque estamos bem abaixo da meta de 95%, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde como segura na proteção contra doenças. Ficar aquém desse patamar é um grande perigo e uma vergonha para o país que se acostumou a ser referência em vacinação.

Estamos correndo sério risco de ver a reintrodução de doenças erradicadas por aqui. Caso da poliomielite — a paralisia infantil —, eliminada do país em 1989. Em 2022, a cobertura vacinal contra a doença não passou de 72%. Outras enfermidades também ameaçam, como sarampo, cuja cobertura ficou em 77% no ano passado, e meningite, em 73%.

O trabalho do Ministério da Saúde visa contornar esse cenário alarmante. Será, porém, uma batalha árdua, porque os sabotadores avançam na ofensiva contra imunizantes. A arma desses criminosos são as notícias falsas. De acordo com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dia antes do lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, começou uma nova onda de fake news sobre as doses de combate à covid-19. A reportagem a respeito do estudo foi mostrada no Jornal Nacional. A coordenadora da equipe de pesquisa enfatizou que a disseminação de informações fraudulentas tem motivação política e rende lucros para seus propagadores.

O ministério está fazendo campanhas para rebater as mentiras, em especial sobre os imunizantes contra a covid-19 — uma doença que já vitimou mais de 700 mil pessoas no Brasil. Mas é fundamental a iniciativa de todos nós. Ante boatos ou informações estranhas, verifiquemos com fontes confiáveis.

E confiáveis são, também, as vacinas. Elas, de fato, protegem e têm segurança atestada por autoridades do mundo inteiro. Portanto, vamos retomar a rotina de imunização. Em relação à covid-19, o apelo do ministério é para que quem está com dose em atraso procure uma unidade de saúde para se imunizar. O mesmo procedimento deve ser adotado em relação a todas as vacinas para crianças e adolescentes. Leve-os para atualizar o cartão. Tenhamos em mente que imunizantes previnem sequelas e morte.

Mais Lidas

Tags