A Universidade de Brasília (UnB) reajustou de R$ 400 para R$ 700 das bolsas dos estudantes de graduação em iniciação científica e à docência, residência pedagógica e de extensão. A reitora Márcia Abrahão anunciou ainda que o Programa de Assistência Estudantil também será ampliado. A UnB conta com um orçamento de R$ 1,9 bilhão para este ano, insuficiente para suprir todas as necessidades da instituição. A reitora, no entanto, reafirmou que continuará dando prioridade aos estudantes, e seguirá, assim como os outros reitores, lutando por mais recursos. Em fevereiro, estudantes e professores da Universidade Federal de Minas Gerais comemoraram o reajuste das bolsas.
Havia 10 anos que as bolsas estudantis não tinham reajuste. Uma situação lastimável, levando-se em conta a oscilação inflacionária ocorrida no período, que correu o poder de os discentes suprirem suas necessidades. Nos últimos seis anos, tanto as universidades quanto os institutos federais de educação enfrentaram vários reveses orçamentários, por meio de cortes e reduções das verbas destinadas ao ensino superior.
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Em fevereiro último, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciaram aumento de 40% nas bolsas, congeladas desde 2013. A decisão do governo foi comemorada pelos estudantes e reitores. Entretanto, as universidades esperam um aporte de R$ 1,75 bilhão para complementar seus orçamentos e, assim, dar continuidade às atividades de estudos, pesquisas e projetos, paralisadas ante a precariedade impostas pelos sucessivos cortes ao longo dos últimos anos.
O desenvolvimento de um país passa, rigorosamente, pelo avanço da educação. Ainda que seja um jargão, por demais repetido no campo político, não deixa de ser verdade. No Brasil, as universidades se ressentem de investimentos vultosos para deslanchar pesquisas e projetos. Ante as condições adversas, as instituições perdem profissionais de excelência e também estudantes com elevado potencial para outros países. No ano passado, entre 2 mil e 3 mil pesquisadores estavam no exterior, sem previsão de retorno, segundo levantamento do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos. Lacunas importantes que o país tem dificuldade para preenchê-las com a mesma velocidade com que foram abertas.
Hoje, há sinais de que mudanças poderão ocorrer em todas as etapas da educação, desde o ensino básico ao nível superior. Tais indicativos ressuscitam as expectativas por tempos melhores. Se hoje é possível elevar as bolsas dos estudantes, semelhante anseio têm os professores desde o ensino básico ao superior. Nenhum avanço ocorre sem a participação dos docentes, pelos quais passam os mais destacados profissionais em todas as áreas. Valorar os educadores significa priorizar, efetivamente, a educação.