Marcos Paulo Lima
A Seleção procura técnico há 142 dias. Não está fácil para ninguém. Da CBF aos times de ponta do país. A crise na Série A ajuda a explicar essa entressafra sem precedentes no mercado nacional. Dos 20 treinadores da primeira divisão, apenas um ostenta o título do Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos (2003-2022): o português Abel Ferreira. Os demais aguardam recolocação profissional, se aposentaram, ocupam cargos administrativos ou caíram no ostracismo.
Campeão em 2003 e em 2004 por Cruzeiro e Santos, respectivamente, na largada do sistema por pontos corridos, Wanderley Luxemburgo passa por um processo de reinvenção. Tentou até ser candidato a senador por Tocantins no ano passado, mas teria sido traído pelo partido e o registro dele foi cancelado.
Antônio Lopes levou o Corinthians ao tetracampeonato em 2005. O Delegado pendurou a prancheta. De vez em quando, surge mandando soltar e prender em algum cargo executivo.
Muricy Ramalho guiou o São Paulo ao tri consecutivo nas edições de 2006, 2007 e 2008; e o Fluminense ao título de 2010. Deixou de ser técnico por motivo de saúde. Virou coordenador no São Paulo.
Andrade saltou de interino a efetivado no título do Flamengo em 2009. Dispensado pelo clube na Libertadores de 2010, nunca mais voltou a trabalhar no clube do coração nem em outro time de ponta da elite nacional.
Abel Braga ganhou o Brasileirão pelo Fluminense na versão de 2012. Depois de alternar trabalhos bons e ruins, como o vice no Brasileirão de 2020, parou. Hoje, exerce função executiva na SAF do Vasco. Na hierarquia, fica acima de Maurício Barbieri.
Marcelo Oliveira encantou o Brasil com aquele Cruzeiro bicampeão em 2013 e 2014. Deixou de ser lembrado.
Tite ganhou o Brasileirão duas vezes pelo Corinthians, em 2011 e em 2015. Passou seis anos e meio na Seleção. Está desempregado por opção. Em ano sabático, disse não ao Corinthians.
Discípulo de Tite, Fábio Carille teve meses de fama no título de 2017 pelo Corinthians. Não repetiu o sucesso em outros clubes e anda esquecido. Trabalha atualmente no futebol japonês.
Luiz Felipe Scolari se aposentou no fim do ano passado. Na era dos pontos corridos, ele conquistou o Brasileirão de 2018 pelo Palmeiras.
Cuca levou o alviverde paulista ao título em 2016; e o Atlético-MG em 2021. Pressionado pelas memórias da condenação por estupro coletivo de uma criança de 13 anos em 1987, no Escândalo de Berna, pediu demissão do Corinthians na última quinta-feira.
Jorge Jesus brindou o Flamengo com o título de 2019. Trabalha no Fenerbahçe da Turquia. Rogério Ceni deu o bi ao time rubro-negro em 2020. Está desempregado.
Resta um. Abel Ferreira é o atual campeão. Mas quem nesse país se atreve a bancar a permanência dele no Palmeiras até a encerramento do Brasileirão?
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