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Brasília 63 anos

Artigo: Brasília pode mais

pri-2104-opiniao Opinião  -  (crédito: Caio Gomez)
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Ibaneis Rocha
postado em 21/04/2023 06:00

IBANEIS ROCHA - Governador do Distrito Federal

Algumas das minhas primeiras e mais queridas memórias de Brasília são as ruas do Guará, que eu explorava montado em minha bicicleta quando criança. Na época, o Distrito Federal não tinha mais que 800 mil habitantes. Já era a sede do poder federal, mas a cidade ainda estava em formação, com a contínua chegada de migrantes que, como meus pais, sonhavam com uma vida melhor para a família.

Obviamente, eu não tinha essa consciência. Mas conseguia enxergar neles o olhar de esperança para alcançar esse objetivo a partir do trabalho, e esse foi o maior exemplo que eu tive em casa. Hoje, estou em posição de lutar para recuperar esse sentimento.

Mais de 40 anos depois daqueles passeios diários em uma bicicletinha, quero dar condições para que todos possam alcançar seus objetivos, que todos tenham oportunidade de manter viva a esperança e realizar os sonhos. O meu trabalho diário é buscar a transformação da cidade em que nasci num grande polo de esperança, de desenvolvimento, de realização.

Quando decidi entrar para a política, eu tinha consciência das dificuldades que iria enfrentar, mas os desafios sempre me interessaram. Deixei de lado uma vida confortável para compensar uma frustração: os governantes, inclusive alguns que eu havia apoiado, não pareciam capazes de oferecer ao povo do Distrito Federal, agora uma metrópole com mais de 3 milhões de habitantes, o necessário para levar a cidade adiante.

Era preciso retomar a esperança que norteou a criação da nova capital, 63 anos atrás. O trabalho foi iniciado nos primeiros dias do primeiro mandato e tenho certeza de que a sociedade compreendeu as mudanças, tanto que nós fomos reeleitos no primeiro turno. Mas é preciso perseverar e avançar. Não é uma obra que se esgota em poucos anos.

E nada tira minha motivação. As dificuldades, ao contrário do que se pode imaginar, me impulsionam. Vivi dias de agonia pessoal quando estive afastado do governo. Se no primeiro mandato enfrentei a pandemia com todo vigor e dedicação, agora fui obrigado a abandonar a pista exatamente na hora em que começava a acelerar. Mas sigo em frente.

Hoje, não há nenhum lugar no Brasil melhor para empreender do que o Distrito Federal, o que vem sendo reconhecido pelas agências de desenvolvimento. Antes vista apenas como cidade administrativa e sede das grandes decisões nacionais, como disse JK em seu histórico discurso: "Brasília é, mais que nunca, uma terra de oportunidades".

Para incentivar a criação de empregos, fizemos várias ações, desde a transferência da Junta Comercial para a administração do GDF até obras de infraestrutura em áreas de desenvolvimento, mudança de gabaritos, facilitação burocrática. Para ter uma ideia, hoje é possível criar uma empresa no DF em questão de segundos.

O trabalho de destravar a economia como forma de mostrar às empresas as vantagens de se instalar no Distrito Federal continua, assim como avançam a abertura de novas áreas para a instalação de plantas que vão gerar mais empregos e os programas de capacitação de trabalhadores, agora feitos de acordo com as necessidades do mercado.

Vivemos tempos de muita dificuldade e, por esse motivo, criamos a maior rede de proteção alimentar do país. A partir do próximo mês, 100 mil famílias serão assistidas pelo programa Prato Cheio, 70 mil famílias recebem o DF Social e o Cartão Gás. Ainda temos a tarifa social de energia, cartão creche, material escolar, ou seja, várias ações para melhorar a vida de quem realmente precisa do governo, com um investimento de mais R$ 3,3 bilhões.

Ao mesmo tempo, enfrentamos problemas históricos, como as enchentes em vários pontos do DF, construindo, com o programa DrenarDF, novas redes de águas pluviais em Itapoã, Asa Norte, Pôr do Sol, Sol Nascente, e a legalização fundiária. Estamos acabando com a cultura das invasões com ações de repressão e entregando milhares de escrituras definitivas em áreas urbanas e rurais, sempre com o objetivo de dar mais segurança às pessoas.

E continuamos com um ousado programa de investimento na ampliação da infraestrutura do Distrito Federal, com a construção de viadutos e ampliação de pistas, mas também com a inauguração de escolas, hospitais, unidades de pronto atendimento e postos de atendimento do Na Hora, Cras e quartéis e delegacias. E, em mais alguns dias, vamos entregar o Túnel Rei Pelé, de Taguatinga, cumprindo uma expectativa de décadas.

Ainda temos problemas graves a enfrentar. O principal é a saúde, reconheço. Nosso projeto foi subvertido pela pandemia, mas já voltamos a investir pesado tanto na contratação de profissionais da área quanto na ampliação da rede física.

Muitos brasilienses foram obrigados a deixar os planos de saúde privados e agora buscam atendimento na rede pública, lembrando sempre que um grande contingente de moradores do Entorno — que com os habitantes do DF formam uma supermetrópole de mais de 5 milhões de pessoas — também procura tratamento aqui.

Brasília é a capital de todos os brasileiros. Todos serão sempre abraçados por nós. Mais que olhar para o que foi feito, precisamos mirar para a frente, em busca de uma cidade mais justa, solidária e humana para todos. Esse é o destino de Brasília.

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