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Artigo: Um diálogo necessário

Lula também deve usar as cores para torcer para o Brasil
 -  (crédito:  Redes Sociais/Reprodução)
Lula também deve usar as cores para torcer para o Brasil - (crédito: Redes Sociais/Reprodução)
postado em 19/04/2023 06:00

Natália Szermeta - Presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco

O avanço da extrema-direita em nosso país e no mundo traz grandes desafios para o campo progressista e de esquerda, exigindo a construção de diálogos, estratégias, formulações e uma agenda comum de ação concreta que seja capaz de constituir um contraponto político e social.

Quando falamos da urgência de um diálogo necessário para frear o avanço da extrema-direita no Brasil, que, aliás, obteve contornos preocupantes nos últimos quatro anos, é fundamental considerarmos como um marco social o estreitamento das relações entre a Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do Psol, e a Fundação Perseu Abramo, do PT.

Essas duas instituições fortalecem o campo democrático, ao passo que formam um conselho de pesquisadores na perspectiva de produzir estudos a partir de dois eixos centrais, sendo o primeiro a introdução de ideias conservadoras nas estruturas sociais brasileiras e o segundo as estratégias para as eleições municipais de 2024.

Em relação ao conservadorismo, consideramos fundamental compreender os mecanismos de disseminação de notícias falsas, que traduzem a espinha dorsal de células fascistas em favor de um tipo de ódio social e político que ameaça a democracia.

O conservadorismo está na base da formação da sociedade brasileira — nas instituições, nas ideologias e nos costumes de uma nação. Na outra ponta, está o aprofundamento do neoliberalismo, que continua puxando para cima a precarização das condições de trabalho, o menor investimento público social, crises econômicas, abrindo espaço para o avanço do pensamento de extrema direita com respostas simples para questões complexas.

O período político vivido pelo Brasil nesses últimos quatro anos trouxe a necessidade de revisão sobre os rumos sociais do país a partir, especialmente, das próximas eleições, leia-se 2024. A extrema direita amargou seu maior tombo em 2022, mas isso ainda não é o final. Aquele ódio disseminado continua à espreita.

Do ponto de vista da disputa institucional, as eleições municipais de 2024 terão um papel fundamental porque servirão como uma espécie de terceiro turno das eleições presidenciais de 2022, tendo, por exemplo, na cidade de São Paulo, uma polaridade épica com uma candidatura de esquerda com o nome de Guilherme Boulos e outro de extrema-direita.

É fato que as eleições municipais nas cidades brasileiras e, principalmente, nas capitais nortearão o cenário nacional em 2026. Por esse motivo a união das duas fundações com vistas a estudos e pesquisas daqui em diante é mais que urgente.

Será preciso somar esforços em todas as capitais e grandes centros, produzir dados e fomentar programas que possibilitem, a partir das realidades locais, saídas criativas e ousadas que coloquem o campo de esquerda na disputa efetiva de diversas cidades.

Sabemos que o sucesso do governo Lula, particularmente com a geração de emprego, qualificação dos gastos públicos e crescimento econômico são cruciais para impulsionar um bom resultado municipal. Assim como um bom resultado nas eleições municipais seráfundamental para sustentação de um projeto nacional que consiga avançar no combate às desigualdades e alavancar um novo ciclo de avanços sociais no Brasil.

Diante desse cenário, o diálogo com a Fundação Perseu Abramo e outras fundações de partidos progressistas e de esquerda se torna necessária e essencial. É fundamental que sejamos capazes de produzir diagnósticos e elaborar sínteses que possam impulsionar a atuação não só nas disputas institucionais, mas também nas lutas sociais, na ação nos territórios, na disputa de valores coletivistas e que possamos de fato transformar a realidade da classe trabalhadora.

 


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