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Opinião

Visão do Correio: A saúde pede passagem

Em plena Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, iniciada, em alguns estados, antes mesmo da data estipulada pelo Ministério da Saúde, assistimos à queda vertiginosa na cobertura vacinal para uma diversidade de doenças respiratórias

O Distrito Federal começou a vacinar mais pessoas -  (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O Distrito Federal começou a vacinar mais pessoas - (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
postado em 07/04/2023 06:00

Não há muito o que comemorar hoje, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde. Em plena Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, iniciada, em alguns estados, antes mesmo da data estipulada pelo Ministério da Saúde, assistimos à queda vertiginosa na cobertura vacinal para uma diversidade de doenças respiratórias, entre as quais gripe e pneumonia, além das infecções que causam bronquite, sinusite e tantas outras "ites", típicas do outono, quando a umidade relativa do ar é baixa e o tempo seco.

O resultado disso é imediato: unidades de pronto-atendimento (UPAs) lotadas, assim como os postos de saúde, com filas intermináveis, compostas na maioria por bebês, crianças e idosos, que muitas vezes estão sendo obrigados a voltar para casa sem receber atendimento.

Cada vez mais potentes e contagiosos, os vírus não escolhem suas vítimas. Prova disso são as epidemias provocadas pela picada do mosquito Aedes aegypti. As arboviroses estão dando trabalho no outono — dengue, zika e chikungunya — com destaque para a primeira, que, na forma hemorrágica, mata. E há quantos anos somos alertados, sempre na mesma época.

As baixas coberturas vacinais registradas nos últimos meses também foram impactadas pela pandemia da covid-19, com baixos índices de aderência, mais recentemente, aos reforços e à vacina bivalente, para combater o coronavírus.

Embora o Ministério da Saúde, com as secretarias estaduais e municipais, esteja empenhado em reforçar a importância da vacinação para a melhoria da qualidade de vida da população, especialmente dos grupos mais vulneráveis, a avalanche de fake news que circula em grupos de aplicativos de mensagens e em redes sociais tem contribuído, em grande monta, para crenças negativas e informações falsas.

Outros vírus oportunistas também estão no ar, a exemplo da síndrome mão-pé-boca, que andou afetando bebês e crianças em escolas infantis, com sintomas como: febre alta, vesículas nas mucosas, além de vômito, mal-estar e diarreia.

Por outro lado, é preciso lembrar que o setor de saúde e as novas tecnologias estão em total harmonia, o que contribui para a maior eficiência tanto nos processos internos de hospitais e clínicas - com a redução das despesas e aumento da competitividade - quanto no atendimento aos pacientes e na qualificação e capacitação dos profissionais. A qualidade da prestação de serviços, sobretudo na rede privada, tem melhorado, assim como o sucesso no combate a uma série de doenças.

Novidades a exemplo do crescimento de práticas como a telemedicina e a medicina integrativa e baseada em evidências têm se destacado no sentido de ampliar o atendimento à população, aumentando assim a sobrevida dos pacientes e, por vezes, salvando vidas.

Neste Dia Mundial da Saúde, que possamos refletir — população, profissionais de saúde e autoridades — qual é o nosso papel nesse emaranhado (literalmente falando) de vírus, bactérias, mosquitos e fungos. Com certeza, podemos fazer melhor. Muito melhor.

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