NULL
Opinião

Visão do Correio: Os riscos de uma guerra ampla

Um conflito aberto entre Rússia e Estados Unidos na Ucrânia, acompanhado de uma invasão chinesa em Taiwan, jogaria o mundo em um futuro totalmente imprevisível

Putin e Biden: tensão contínua entre líderes mundiais -  (crédito: Mikhail KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP - MANDEL NGAN / AFP)
Putin e Biden: tensão contínua entre líderes mundiais - (crédito: Mikhail KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP - MANDEL NGAN / AFP)
postado em 20/03/2023 06:00

A relação entre as duas superpotências nucleares mundiais, Estados Unidos (EUA) e Rússia, atingiu um de seus pontos mais baixos em décadas na última semana. Uma colisão aérea entre um drone MQ-9 norte-americano e um avião russo Su-27 na última terça-feira deixou o mundo em suspense, enquanto líderes militares trocaram acusações.

A aeronave não tripulada teve a hélice danificada e caiu no Mar Negro. Os EUA afirmam que a colisão foi proposital, e que caças russos derrubaram combustível sobre o drone. Os russos negaram ter forçado a batida entre as aeronaves e disseram que os EUA invadiram uma área de segurança próximo à Crimeia, território ucraniano ocupado pelo presidente russo Vladimir Putin desde 2014.

O episódio marcou o primeiro incidente físico entre os dois países desde o início da guerra da Ucrânia, e pode desencadear uma escalada de proporções catastróficas. Após um ano da invasão russa, o conflito está estagnado e o que prometia ser uma ação militar rápida se tornou uma batalha de fricção que se assemelha, em alguns pontos, à Primeira Guerra Mundial — inclusive no uso de trincheiras pelas duas partes.

Como se a situação na Europa não fosse grave o suficiente, há uma tensão crescente envolvendo a China e Taiwan. Um acordo fechado entre EUA, Reino Unido e Austrália, para a construção de uma nova geração de submarinos nucleares, provocou reações em Pequim, que criticou a aliança e chamou o projeto de "caminho equivocado e perigoso". Enquanto isso, em Okinawa, no Japão, marines americanos estão fazendo treinamentos militares anfíbios, simulando uma possível invasão chinesa em Taiwan.

A união dos países é uma resposta à subida de tom que a China deu para o governo de Taipei nos últimos meses. A gestão de Xi Jinping considera a ilha uma província rebelde e vem dando sinais de que vai pressionar a comunidade internacional em busca de uma anexação. Até que ponto essa cobrança poderá se tornar uma ação militar é algo que tem tirado o sono de líderes militares do mundo todo.

Um conflito aberto entre Rússia e Estados Unidos na Ucrânia, acompanhado de uma invasão chinesa em Taiwan, jogaria o mundo em um futuro totalmente imprevisível, agravado pela ameaça nuclear. Putin chegou a cogitar o uso desse tipo de arma no início da invasão ucraniana, e usa seus subordinados para ventilar com certa frequência essa ameaça. A China, que tem um dos maiores exércitos do mundo, também não deixa claro quais medidas tomaria para invadir Taiwan, mas não é improvável que ela cogite também o uso de armas nucleares, principalmente se os Estados Unidos, que apoiam a ilha, decidirem se envolver.

Um conflito nuclear seria catastrófico para todo o mundo. As consequências a longo prazo para a saúde e o meio ambiente seriam imensuráveis. Além disso, a corrida armamentista entre as nações poderia levar a uma guerra ainda maior no futuro.

É importante que os países trabalhem juntos para evitar uma guerra aberta entre os Estados Unidos e a Rússia, e uma invasão militar da China em Taiwan. A Organização das Nações Unidas (ONU) deve ter um papel fundamental nesse processo. A diplomacia e o diálogo são fundamentais para resolver disputas internacionais de forma pacífica. É hora de líderes corajosos tomarem a frente das discussões e se sentarem à mesa em busca de uma solução, uma vez que a única maneira de garantir um futuro seguro para todos é pela paz.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

-->