A cada minuto, 14 mulheres são agredidas fisicamente no Brasil. Mais de sete milhões de vítimas apenas no ano passado. Aqui no Distrito Federal, nos primeiros 45 dias de 2023, foram seis casos de feminicídios. Na última semana, mais duas mortes se somaram a essa tragédia — os oito casos representam 42% do total de feminicídios de 2022, projetando um aumento surreal do crime para este ano.
Todas foram vítimas dos atuais ou dos ex-companheiros. Homens que não conseguem aceitar um término de relacionamento, como se as mulheres, seus corpos e suas vidas fossem uma propriedade privada deles. Ameaçam, perseguem, limitam, controlam, agridem e matam com uma naturalidade absurda, sem nenhum tipo de reflexão que possa sugerir o absurdo do ato de assassinar alguém. Eles simplesmente o fazem, espalhando os estilhaços de dor por toda parte.
É preciso parar! Não são apenas estatísticas. Além do sofrimento das famílias, do luto dos filhos e pais, os casos são a parte em carne viva, exposta e sanguinária, do machismo e do patriarcado. Isso tem um preço altíssimo também para as futuras gerações, uma vez que as mulheres são o braço que sustenta o trabalho de cuidado das famílias, dos idosos, dos parentes doentes.
Reflexão, ação, punição exemplar e, sobretudo, prevenção, com redes de apoio que de fato funcionem. O Correio promove na próxima terça, dia 7, o seminário intitulado Combate ao feminicídio: uma responsabilidade de todos, no auditório do jornal, das 14h30 às 18h30, como forma de contribuir para soluções. Ao final, será proposta a assinatura de uma carta-compromisso.
A governadora em exercício, Celina Leão, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, vão participar da abertura do evento. Também confirmaram presença a ministra do Superior Tribunal Militar (STM) Maria Elizabeth Rocha; a juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Rejane Jungbluth Suxberger; e a presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher da OAB/DF, Cristina Tubino.
Estarão ainda no encontro Fabriziane Zapata, juíza do Núcleo da Judiciário da Mulher do TJDFT; Lia Zanotta Machado, antropóloga, professora emérita da UnB e doutora em Ciências Humanas; Valéria Brito, psicóloga da Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor do Ministério da Saúde; Thiago Pierobom, da Promotoria de Violência Doméstica em Brasília e colaborador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT; Jane Klebia do Nascimento, delegada e deputada distrital; Rose Rainha, superintendente do Sebrae/DF; Giselle Ferreira, secretária da Mulher do Distrito Federal; Daniela Teixeira, advogada e autora da Lei Federal no 13.363 de 2016; e Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública.
A proposta é extrair ideias, disseminar conhecimento, refletir sobre estratégias, pedir providências, entender que a violência contra a mulher é responsabilidade de todos — homens e mulheres, escolas, governos. O evento será transmitido nas redes do Correio. Participe! A sua presença e sua audiência são fundamentais para somar esforços nesta luta.
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