A guerra entre Rússia e Ucrânia completou um ano nesta sexta-feira. Mais de 18 milhões de ucranianos migraram para países vizinhos — pelo menos 1.100 desembarcaram no Brasil. O número de mortos, entre civis e militares de ambos os lados, chega a mais de 300 mil pessoas. A motivação foi a aproximação do governo ucraniano do leste europeu e sua intenção de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que vinha em expansão desde a Segunda Guerra Mundial em direção ao Oriente. O presidente russo, Vladimir Putin, avisou que se a Otan não parasse as conversações com a Ucrânia, haveria o conflito, pois sentia-se "cercado" pela adesão de nações à organização.
Putin cumpriu a ameaça, motivada por interesses territoriais, políticos, econômicos e até culturais. A estratégia inicial era atacar Kiev, capital da Ucrânia, e depor o governo de Volodymyr Zelensky, no máximo, em uma semana ou 10 dias. A meta foi frustrada pela pronta reação dos militares ucranianos que impediu a dominação da capital da Ucrânia. A guerra se prolongou e, durante esse primeiro ano, estarreceu o mundo com os ataques, pelos russos, a residências, hospitais, escolas e espaços ocupados por civis, matando crianças, mulheres, jovens e idosos.
Desde o primeiro momento, a maioria das nações condenou a guerra. O presidente francês, Emmanuel Macron, se esforçou para dissuadir Putin de seguir na escalada bélica contra a Ucrânia. O presidente russo ignorou os apelos e chegou a ameaçar o uso do arsenal atômico para conquistar a vitória. Ante a obstinação de Putin, Estados Unidos e países da União Europeia impuseram sanções econômicas contra a Rússia e concederam ajuda bélica e financeira ao governo ucraniano para enfrentar os embates com os russos.
Apesar de o fim da guerra parecer distante, tanto Putin quanto Zelensky mostraram-se simpáticos à proposta de solução para o conflito apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula propõe a criação de um grupo de representantes de nações neutras — que, possivelmente, incluiria o Brasil — para discutir os termos de um acordo de paz. Pelo mesmo caminho brasileiro trafega a declaração do governo chinês, divulgada ontem. A China também é favorável ao fim do conflito, condena o uso de armas atômicas e propõe a retomada das negociações de paz. Para o governo chinês, a guerra não beneficia ninguém, e é preciso racionalidade e moderação para evitar que a crise fique cada vez mais acirrada ou saia do controle.
Os conflitos mundiais no passado — exemplos ignorados por Putin — mostraram que as guerras não têm vencedores. Elas resultam da perda de capacidade de diálogo entre humanos para a solução de problemas, sustentada no bom senso. Todos os envolvidos foram derrotados, pois permitiram que a irracionalidade se sobrepusesse aos valores civilizatórios, o que os levou a uma decisão desastrosa e mortal.
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