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EDITORIAL

Visão do Correio: Construção civil contra desemprego

Obra da construção civil. Trabalhadores. Prédio. Edifício. -  (crédito: Scott Blake/Unsplash)
Obra da construção civil. Trabalhadores. Prédio. Edifício. - (crédito: Scott Blake/Unsplash)
postado em 16/02/2023 06:00

O déficit habitacional, em todo o país, chega a 5,8 milhões de moradias, segundo levantamento da Fundação João Pinheiro. No relançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, em Santo Amaro da Purificação (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a construir 2 milhões de unidades até 2026. Na cerimônia, ele entregou dois conjuntos habitacionais, totalizando 644 apartamentos. Duas mil e setecentas famílias também foram contempladas com moradias, cujas obras estavam paralisadas, em nove municípios de seis estados.

Apesar da crise econômica, dos juros altos, que elevaram o preço dos materiais de construção, os empresários se mostram otimistas, ante os compromissos assumidos pelo novo governo durante a campanha eleitoral. No discurso que fez na terra de Caetano Veloso e Maria Bethânia, o presidente anunciou que percorrerá o país para identificar as obras paralisadas, para concluí-las e entregar à sociedade, assim como fará com o Minha Casa, Minha Vida.

Para o atual governo, o desemprego é um dos grandes problemas do país e precisa ser superado, a fim de que os brasileiros voltem a ter capacidade de consumo, o que faz a economia girar. Ainda durante a campanha eleitoral, Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, adiantou que pretendia investir cerca de R$ 10 bilhões na construção civil, pela capacidade de criar empregos e renda, além de fortalecer a economia e impulsionar o desenvolvimento social.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê que a queda do desemprego, iniciada no ano passado, será mantida, ainda que seja mais lenta. Para 2023, a organização estima que 9,9 milhões de profissionais ficarão desocupados, diferentemente de 2021, quando mais de 14 milhões de brasileiros estavam sem trabalho.

Na virada do ano, os empresários deixaram as reclamações de lado, embora insistam que a taxa de juros precisa recuar e a inflação cair, devido aos impactos no custo dos financiamentos e valor dos materiais de obra. No Distrito Federal, o setor comemorou o bom resultado alcançado em 2022. Na capital, foram criadas mais de 7 mil oportunidades de trabalho. Os empreiteiros brasilienses estão otimistas, devido ao planejamento de obras tanto do governo local quanto às previsões do governo federal. Eles preveem que terão um bom crescimento neste ano.

O otimismo se justifica, uma vez que a construção civil, bem como outros setores capazes de ofertar empregos, faz parte daqueles que estão no foco do Executivo federal. Nos últimos dois anos (2021/2022), a construção civil teve um crescimento de 17%. No ano passado, em 12 meses encerrados em setembro, a expansão chega a 8,8%.

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