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Artigo: Sim à vida e à dignidade das mulheres

 Crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press. Boneco de mulher na mira de alvo. Violência. Feminicídio. Abuso.
      Caption  -  (crédito:  Maurenilson Freire/CB/D.A Press)
Crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press. Boneco de mulher na mira de alvo. Violência. Feminicídio. Abuso. Caption - (crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)
Ricardo Vale
postado em 14/02/2023 06:00 / atualizado em 26/10/2023 13:41

RICARDO VALE - Deputado Distrital (PT)

Estamos a pouco menos de um mês de comemorarmos o Dia Internacional da Mulher, mas a pauta que ocupa o noticiário é a violência contra a mulher, contra a sua dignidade como pessoa humana, contra os seus direitos, contra a sua liberdade e contra a sua vida.

É chocante. E não há como ficarmos indiferentes aos constantes, contínuos e insistentes casos de feminicídio e de inúmeras outras formas de violência que assolam as mulheres do Distrito Federal e de todo o país, multiplicando-se assustadoramente, levando dor, sofrimento e desespero para o seio de famílias de diferentes classes sociais.

Creio que a principal causa de todos esses casos de misoginia que descambam para a violência física e precisam ser combatidos com muito mais vigor está no machismo, esse cancro que corrói a alma e os sentimentos de inúmeros homens e deixa órfãos os próprios filhos.

Quer me parecer que o machismo faz parte do DNA de muitos homens e vem sendo transmitido de uma para outra geração. Mas ele é cultural e, apesar de endêmico, pode ser superado com educação, com discussões sérias e com políticas públicas capazes de fomentar na sociedade uma consciência antimachista, de combate implacável a todo homem que ousar qualquer ato de violência contra a mulher.

A reprovação social pode contribuir muito para isolar os machistas porque as atuais medidas preventivas e mesmo repressivas de combate parecem insuficientes para inibir os seus impulsos agressivos, pois esses supostos machões atribuem à força bruta uma superioridade inexistente, mesquinha, repugnante e reprovável em todos os sentidos. Essa violência contra a mulher, que está aí, macula diariamente o noticiário local e nacional com vergonhosas manchetes de agressões, violências e mortes. Não dá mais para conviver com esse pensamento misógino, egoísta e deletério.

Temos de reagir. E acredito — há muito tempo — que a educação é o antídoto imprescindível nessa luta para fomentarmos em nossas crianças, adolescentes e jovens a cultura do respeito, da paz, da compreensão e da vida como ela é. As famílias não podem mais ser destruídas pelo machismo.

Nós somos diferentes uns dos outros. Pensamos de forma diferente. Temos diferentes concepções de mundo. E nos diferenciamos até pelas escolhas que fazemos. Reconhecer esse pluralismo de ideias e vivências é um primeiro passo na formação de uma sociedade mais justa, mais equilibrada, mais tolerante e sem qualquer agressividade contra a mulher. E é justamente na escola, seja ela de qual nível for, que está o ambiente adequado para discutirmos e mostrarmos a perversidade e covardia que impregnam o machismo e todas as suas nefastas consequências.

Vale muito, por meio da educação, encontrarmos os conceitos e abordagens corretos para enfrentarmos e eliminarmos todas as formas de violência contra a mulher e destruirmos de uma vez para sempre o machismo e suas brutalidades. Leis não faltam.

Falta mais ação. Cito como exemplo a Lei nº 5.806, de 26 de janeiro de 2017, de minha autoria, que determina à rede pública do Distrito Federal a promoção de ações para valorização das mulheres e de combate ao machismo. Infelizmente, a lei ainda não foi regulamentada, mas é hora de colocá-la em prática e começarmos a adotar, nas salas de aula, nos noticiários, nas nossas comunicações, nas nossas redes sociais, nas nossas conversas e discursos, formas mais adequadas de combate ao machismo e de todas as suas consequências. Conclamo todos os homens a se engajarem nessa luta.

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