CASO ELIZAMAR E FAMÍLIA

Chacina no DF: é preciso cautela até termos todas as respostas

A chacina ocorrida no Distrito Federal, com pelo menos sete mortes, é daqueles casos policiais que são ao mesmo tempo campeões de audiência e um desafio para a investigação. Cada desdobramento é acompanhado com atenção pelo público

Uma história macabra que choca pela maldade e pela falta de humanidade. A chacina ocorrida no Distrito Federal, com pelo menos sete mortes, é daqueles casos policiais que são, ao mesmo tempo, líderes de audiência e um desafio para a investigação. Cada desdobramento é acompanhado com atenção pelo público.

Sem dúvida, é uma das grandes histórias policiais da capital federal. Em 24 anos de profissão, acompanhei de perto a apuração de casos como o da morte de João Cláudio Leal (2000), de Maria Cláudia Del'Isola (2004), o desaparecimento de Isabela Tainara (2007) ou o Crime da 113 Sul (2009), os quais, como o de agora, são um desafio para a investigação. Seja pela falta de informações iniciais seja pela repercussão causada na sociedade.

A chacina ocorrida este ano lembra também a caçada a Lázaro Barbosa, em junho de 2021. Só que, desta vez, a busca é pelos desaparecidos e pela solução do crime. Com as informações tornadas públicas até agora, já deu para perceber que trata-se de um caso bem complexo, em que os presos não revelaram toda a história nos depoimentos. Assim, é necessário um trabalho minucioso que precisa definir a conduta de cada um. Por isso, é fundamental toda cautela. Tanto da polícia quanto do público que acompanha de perto o desenrolar da apuração.

Os assassinatos das três crianças — Gabriel, 7 anos, e os gêmeos Rafael e Rafaela da Silva, de 6 — aumentam ainda mais a indignação com o caso. Dois meninos e uma menina que não tiveram chance de viver a vida, vítimas de uma maldade sem fim. É horrível saber que pessoas capazes de praticar um ato tão cruel circulam entre nós. Quem fez toda essa atrocidade precisa ser punido de forma exemplar.

Dúvidas (ainda) são várias: houve mandante ou foi um crime arquitetado pelos assassinos? Onde estão os desaparecidos: vivos ou mortos? Há mais envolvidos? Qual a verdadeira história do que ocorreu com a família da cabeleireira Elizamar da Silva, 37 anos? A sociedade quer respostas. Tenho certeza que elas virão com o desenrolar das investigações. Vamos acompanhar.

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