Impressiona o envolvimento de Ivete Sangalo em tantas atividades, emprestando seu talento e sua imagem a todas. Ela brilha como cantora, compositora, apresentadora, garota-propaganda, sem deixar de lado as funções de mãe de família.
Quem esteve atento à programação televisiva no último fim de semana pode perceber a presença marcante da artista sábado à noite, em show no Festival de Verão de Salvador, do qual é a única participante de todas as edições — isso, desde 1999.
Domingo à tarde, estava à frente do The Masked Single Brasil. Ela não precisou acordar cedo e pegar um avião da capital baiana para o Rio de Janeiro, uma vez que a atração que comanda na TV Globo é gravada com antecedência.
Na apresentação no festival levou o público ao delírio, principalmente quando revisitou sucessos do seu repertório. Em primeira audição mostrou composições inéditas que fez em parceria com Radamés Venâncio, Gigi Cerqueira e Samir Trindade, voltadas para o carnaval. Uma das faixas, Rua da saudade, é candidata a hit. As músicas foram registradas no EP Chega Mais, lançado recentemente pela Universal Music nas plataformas digitais.
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Bem à vontade à frente do The Masked Single, Ivete dialoga, descontraidamente, com os mascarados — protagonistas do programa — e os jurados, os atores Eduardo Sterblitch e Mateus Solano e a atriz Taís Araújo, além de criar um clima de expectativa, antes de ser revelado quem está por traz das fantasias.
Uma das maiores atrações do carnaval baiano, Ivete será mais uma vez a estrela do bloco Coruja. Cantando em cima do trio elétrico, ela costuma ser seguida por milhares de foliões e também pela pipoca, tanto no Circuito Osmar, entre o Campo Grande e a Praça Castro Alves; quanto no Circuito Dodô, entre os bairros Barra e Ondina, na Avenida Oceânica. Os nomes dados aos circuitos homenageiam os criadores do trio elétrico.
Modo Ivete foi o título dado à propaganda de uma marca de presunto, veiculada recentemente na tevê, na qual ela era vista durante a refeição junto com familiares. Com presença frequente no universo da publicidade, demonstrou naturalidade ao escolher a quem deveria oferecer a última fatia do produto.
Acompanho a trajetória artística da cantora desde o início, como vocalista da Banda Eva. A vi no palco pela primeira vez em 1993, quando o grupo veio a Brasília, para participar do projeto Salute Salvador, no ginásio de esportes da extinta Academia de Tênis. Cinco anos depois, já em carreira solo lotou o Ginásio Nilson Nelson.
Desde então ela se apresentou na cidade incontáveis vezes, principalmente em cima de trios elétricos na saudosa — para muitos —, Micarecandanga. Seu último show, porém, foi em palco, num evento no Parque da Cidade, em 2 de maio de 2019,quando cantou para 10 mil pessoas.
Já a entrevistei várias vezes e sempre fui tratado por Ivete com atenção e carinho. Em 2004,como repórter,a acompanhei numa rápida turnê que fez em Portugal, com passagem pela Ilha da Madeira, Lisboa e Porto. Nos shows foi tratada como uma grande estrela da música popular brasileira ou imensamente grato pelo fato de Ivete Sangalo ter escrito o texto de apresentação do Minha Trilha Sonora — 40 Anos de Jornalismo Cultural, livro que lancei em 2015.
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