NULL
música

Artigo: Reduto da MPB

 The guitarist plays an acoustic guitar with a capo in front of a microphone. The concept of music recording, rehearsal or live performance.
violão
MPB
musica popular brasileira
     -  (crédito: Reprodução/Freepik)
The guitarist plays an acoustic guitar with a capo in front of a microphone. The concept of music recording, rehearsal or live performance. violão MPB musica popular brasileira - (crédito: Reprodução/Freepik)
postado em 24/01/2023 06:00

Ao longo de quatro décadas o Clube do Choro de Brasília mantém-se como o mais importante reduto da MPB — instrumental e cantada — na cidade. Inicialmente os shows eram realizados numa pequena sala, que era depósito do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Desde 2011 a programação passou a ser desenvolvida num moderno prédio com a assinatura de Oscar Niemeyer, onde funciona também a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, no Eixo Monumental.

Nos últimos quatro anos a instituição conviveu com dificuldades, por conta do descaso com que a cultura foi tratada pelo governo federal. Mesmo assim sobreviveu com dignidade. Em 2022, por exemplo, celebrou os 60 anos do choro de Brasília.

Comandado por Henrique Santos Filho, o Reco do Bandolim (um ex-roqueiro), o clube promoverá três projetos em 2023. Em fevereiro os músicos brasilienses serão os protagonistas do Prata da Casa, em shows de quarta a sexta-feira, a partir das 21h. De março a junho artistas locais e nacionais irão celebrar o legado de Waldir Azevedo na comemoração do centenário do genial cavaquinista, autor do clássico Brasileirinho. No segundo semestre o homenageado será Vinicius de Moraes, na passagem dos 110 anos do Poetinha, criador da Bossa Nova, com Tom Jobim e João Gilberto.

Sexta-feira última, a programação foi aberta com uma concorrida apresentação de Zé Renato. O público, que superlotou o Espaço Cultural do Choro, se entusiasmou ao assistir à apresentação do cantor, compositor e violonista capixaba-carioca. Em dois momentos, ele reverenciou grandes mestres da MPB.

Inicialmente prestou tributo a gigantes do cancioneiro nacional ao interpretar Feitio de oração (Noel Rosa), Acontece (Cartola), Samba de um grande amor (Chico Buarque), Coisas do mundo minha nega (Paulinho da Viola) e Diz que fui por aí (Zé Keti).

Na segunda parte Zé Renato colocou seu canto, a serviço da obra de Milton Nascimento, com a abordagem da Lado B Anima e dos clássicos Ponta de Areia e Travessia; e mostrou em primeira audição Suave é a noite, versão de Nazareno de Brito para Tender is the night (Sommy Fain e Paul Francis Webster), single de Quando a noite vem, álbum que lançará em breve. Mas, obviamente, não esqueceu de cantar canções marcantes do Boca Livre — grupo do qual foi um dos fundadores — como Quem tem a viola e Toada.

Mas, o ponto alto do recital foi quando Zé Renato recriou, com a voz de timbre bossa-novista, Beatriz, obra prima do universo da MPB, composta por dois gênios: Chico Buarque e Edu Lobo. A ovação que ele recebeu ao final da interpretação foi um reflexo do quanto emocionou os espectadores.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

-->