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Artigo: Que tal Fifa Pelé The Best?

Pelé não conseguiu fazer o teste por conta da pandemia -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Pelé não conseguiu fazer o teste por conta da pandemia - (crédito: Reprodução/Instagram)
postado em 07/01/2023 06:00

O pedido de Gianni Infantino para que cada uma das 211 federações filiadas batize ao menos um estádio com o apelido Pelé soa politicamente simpática, mas depende de muitos atores — e até fere a soberania dos sócios da Família Fifa para reverenciar seus próprios craques. Camarões tem seu "Pelé" (Eto'o), a Costa do Marfim tem seu "Pelé" (Drogba) e por aí vai mundo afora...

O presidente da Fifa perdeu a chance de iniciar a série de homenagens fazendo o que depende somente da caneta dele. Por que não acrescentar Pelé ao ao nome do prêmio máximo da festa de gala? Passaria de Fifa The Best para Fifa Pelé The Best. Simples assim. A taça dada ao MVP das Finais da NBA é Bill Russell — um dos pelés do basquete.

Se há Puskás pelo gol mais bonito e Yashin para o goleiro do ano, "Fifa Pelé The Best" viraria sinônimo máximo de excelência para aferir o número 1 do planeta. Há tempo! A próxima cerimônia de gala está marcada para 27 de fevereiro. Barbada, Messi seria o primeiro a receber o "Fifa Pelé The Best".

Embora países como a Colômbia, Guiné-Bissau e Cabo Verde tenham acatado a sugestão de Infantino, a ideia esbarra nos tempos de naming rights. Houve polêmica, por exemplo, na Holanda. Johan Cruyff, maior ídolo da história do país, morreu em 24 de março de 2016 vítima de câncer de pulmão. A Câmara de Amsterdã propôs mudar o nome do principal estádio do país de Amsterdam ArenA para Johan Cruyff ArenA em 2017, no ano em que ele completaria 70 anos de idade. Não foi nada fácil.

O principal estádio da Holanda é administrado por um triunvirato. O município da capital holandesa ostenta 48% por causa da cessão do terreno. Os investidores têm 39% e o "dono da casa" Ajax, 13%. Jamais houve reclamação pública contra a proposta, mas rolou debate durante um ano para evitar desgastes. A arena só passou a se chamar Johan Cruyff em 5 de abril de 2018, dois anos depois da morte da lenda.

Pelé recebeu duas homenagens em vida no Brasil. Maceió batizou estádio de Rei Pelé em 25 de outubro de 1970. Três meses depois da conquista do tri. O Pelezão, em Brasília, saiu do papel em 21 de abril de 1965. Demolida, a arena deu lugar a condomínios residenciais no terreno vizinho ao ParkShopping e ao Carrefour. Em 2013, o governo Agnelo Queiroz tentou trocar o nome do Mané Garrincha para Estádio Nacional de Brasília. Sofreu pressão popular e desistiu. O Anjo das Pernas Tortas driblou até naming rights e resiste: Arena BRB Mané Garrincha. Pelé da Hungria, Ferenc Puskás ganhou a Puskás Arena, em Budapeste.

Idolatrado na Argentina e na Espanha, Alfredo Di Stéfano é homenageado no estádio alternativo do Real Madrid usado na reforma do Santiago Bernabéu. A casa do Argentinos Juniors chama-se Maradona. Do Napoli também. O clube italiano mudou o nome do San Paolo depois da morte de D10S. Vivinho da silva, Mário Kempes tem seu nome estampado na principal arena de Córdoba, onde nasceu.

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