Depois de dois anos de pandemia e muita turbulência política, chegou a hora de refletirmos sobre quem somos e que país queremos. O domingo de Natal deve ser um período de reflexão para que a paz volte a imperar. O Brasil da alegria está há tempos pedindo passagem, mas uma onda de ódio tornou-se uma barreira assustadora. O respeito às diferenças, a afetividade e a solidariedade, características intrínseca dos brasileiros, perderam-se no caminho. Resgatá-los é missão de todos. Uma sociedade civilizada não pode conviver com tanta divisão. Conciliação, e não intolerância, é a palavra que deve nos guiar.
Os desafios do Brasil são muitos. Enquanto uma parcela da população passou a última noite com a mesa farta, milhões de brasileiros que vivem na pobreza optaram por dormir mais cedo porque não tinham o que comer, não havia nada a comemorar. Um país que prega a justiça social não pode aceitar essa realidade cruel. Com serenidade, espera-se que mazelas como a fome sejam limadas do horizonte. Não será num ambiente de divisão, de extrema polarização, que se chegará ao que deseja a maioria, uma sociedade mais justa, com mais oportunidade para todos, em que as pessoas não serão julgadas pela cor da pele.
Há, na história, exemplos claros de que o Brasil pode sair das armadilhas que insiste em cair. O crescimento econômico sustentado, com inflação sob controle, já mostrou que é a base para a redução das desigualdades sociais. O país tem, sim, um passivo enorme a ser enfrentado, o que exige programas efetivos de distribuição de renda, mas a população mais vulnerável quer ter a dignidade de um emprego que lhe permita viver sem a dependência eterna do Estado. Não será com políticas irresponsáveis e ilusórias que os benefícios virão. Muito pelo contrário. Aventuras daqueles que têm o poder de decisão custam caro, sobretudo, para os mais pobres.
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Não se pode esquecer que, nos últimos anos, ao mesmo tempo em que a miséria voltou, conquistas civilizatórias se perderam. A ciência foi desprezada. Pais que, neste domingo de Natal, pedem proteção aos entes queridos, simplesmente deixaram de vacinar seus filhos. Doenças que se acreditava estarem erradicadas voltaram com tudo, ameaçando as próximas gerações. É preciso resgatar o bom senso. A longevidade maior da população e os muitos e muitos anos de celebração desta data tão marcante, sinônimo de renascimento, só foram possíveis graças aos imunizantes que os bravos pesquisadores descobriram.
Portanto, os tempos que se impõe são da verdade cristalina, não da negação. Quanto mais o país mantiver os dois pés na realidade, maiores serão as bonanças. Mas não é apenas o Brasil que se defronta com a obrigação de oferecer dias melhores a seus cidadãos. O mundo, como um todo, enfrenta conflitos em que a vida deixou de ter a máxima prioridade, muitas vezes pela intolerância religiosa e pela ganância. São tempos sombrios, em que somente a união em torno das boas escolhas fará a diferença. Não se trata de utopia, mas de questão de sobrevivência. Cada minuto conta contra a barbárie.
Famílias, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, governantes, todos têm a missão de reconciliar o Brasil e o mundo com a paz. Este Natal tem um significado especial pois é o primeiro depois das milhões de mortes pela covid. Assim, que dos pedidos por tempos melhores, das preces de agradecimento, se parta para as ações que possam transformar vidas. Nada é impossível quando a maioria decide que vale a pena fazer o bem, que a luta seja pela alegria de viver. Feliz Natal!
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