Mais uma vez, não foi desta vez. Cá para nós, qualquer coisa que for dita não convence, não consola. Você pode não gostar de futebol, não concordar com essa euforia maluca que a Copa do Mundo provoca em milhões de pessoas, com as mudanças de horário, com as perturbações no trânsito, no funcionamento do comércio, das escolas, repartições públicas e demais atividades, mas lá no íntimo, confesse: torcer pelo Brasil está no nosso sangue.
E por mais que a máxima esportiva nos ensine que "o importante é competir", bom mesmo é ganhar. Perder é muito ruim, muito triste. Ninguém quer, ninguém aceita placidamente. E, então, a saída é encontrar um "culpado" pela derrota. Foi fulano, sicrano, houve erro na escalação, erro do juiz, do jogador… A verdade é que trata-se de um jogo e, no caso da disputa brasileira só havia duas opções, empatar estava fora de cogitação, e não levamos a melhor. Para usar uma linguagem comum aos campos de futebol, faz parte do jogo.
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A realidade é que o brasileiro está habituado a vencer campeonatos mundiais. Não é para menos. Foram cinco, até agora, uma marca que nenhum outro país atingiu. E nós, brasileiros, conseguimos por mérito. Temos bons jogadores, com talento natural, com técnica apurada, com todas as condições de treinamento e com uma torcida apaixonada e fiel. Portanto, o que tem nos faltado? O que que tem nos impedido de alcançar a sexta estrela bordada em cima do brasão por (a partir de agora) 24 anos? Lembrando uma sábia frase do saudoso Mané Garrincha, "faltou combinar com o João".
É hora de a Seleção (diga-se, Confederação Brasileira de Futebol) abrir o olhar para enxergar além dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do nosso território e perceber que os demais países tomaram a decisão de investir nesse esporte que atrai torcedores dos mais diversos perfis. Junte-se a isso o orgulho de mostrar ao mundo que sim, vamos mostrar que somos melhores. Não podemos mais entrar nesse tipo de competição imaginando que os adversários não estão preparados à altura de nos enfrentar. Eles não facilitarão a nossa vida. A ordem, daqui para frente deve ser ganhar sempre, ter mais garra, cada vez mais, a cada próximo jogo.
Perdemos. Não é fácil, dói, revolta. Mas continuaremos a ser únicos campeões por cinco vezes. Só nós teremos a chance de sermos os próximos hexacampeões. E vamos esperar por isso. Não como um sonho, mas como uma meta a perseguir. E ser alcançada.