Nelson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra. Mas Pelé é a exceção. Ninguém tinha dúvidas da popularidade do rei do futebol, mas a imensa repercussão mundial pela perda do nosso ídolo da bola, instantes depois do anúncio de sua morte, indica que ele era muito maior do que poderíamos imaginar.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que "a ascensão de Pelé, de origens humildes à lenda do futebol, é uma história do que é possível". Para Barack Obama, "Pelé entendeu o poder do esporte para unir as pessoas".
Emmanuel Macron sintetizou: "O jogo, o rei, a eternidade". O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, com a experiência de quem já rodou o mundo representando o Brasil, afirmou: "Poucos brasileiros levaram o nome do nosso país tão longe feito ele. Por mais diferente que fosse o idioma, os estrangeiros dos quatros cantos do planeta logo davam um jeito de pronunciar a palavra mágica: 'Pelé'.
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Até o presidente Jair Bolsonaro, que estava em silêncio desde a derrota no segundo turno, resolveu falar: "Com pesar o passamento de um homem, que pelo futebol, levou o nome do Brasil para o mundo. Transformou o futebol em arte e alegria".
Atletas, artistas, instituições, federações e autoridades internacionais fizeram declarações de tristeza, solidariedade e reverência. Até a Nasa fez uma homenagem. Divulgou uma imagem de uma galáxia em verde e amarelo para destacar a morte da lenda que ficou conhecida pelo "jogo bonito".
Pelé está na capa de todos os principais veículos de comunicação do planeta. Se o Reino Unido perdeu neste ano a sua rainha, nós ficamos sem o nosso rei.
Nas redes sociais, muita gente postou uma foto ao lado de Pelé. Incrível como ele sempre aparece com um largo sorriso estampado. Alegre, de coração aberto. Foi o brasileiro mais conhecido do planeta e também aquele com o talento incontestável para acertar o gol e conquistar admiradores.
Pelé era perfeito? Certamente, não, mas ele foi muito mais do que um craque dos gramados. Nosso rei fez do futebol o esporte brasileiro. Pelé era simplesmente a real cara do verde e amarelo, nosso cartão de visitas para o mundo, era o Brasil que deu certo. Muito certo.
Quem nunca se apresentou como brasileiro no exterior e ouviu um comentário sobre a genialidade de Pelé, um ídolo negro, que nasceu pobre e arrebatou o mundo?
Mas é como disse Galvão Bueno: Edson Arantes do Nascimento se foi (porque era humano). Mas Pelé, não. Pelé é eterno.
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