Os olhares da maioria das nações estarão voltados para Brasília, no próximo domingo, quando o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tomará posse pela terceira vez na Presidência da República. Pelo menos 17 chefes de Estado, além de representações diplomáticas, confirmaram presença à cerimônia. A capital do país receberá ainda milhares de brasileiros — são esperadas 300 mil pessoas —, vindos de todos estados, e dezenas artistas, entre nacionais e internacionais, que participarão do megashow, intitulado Festival do Futuro.
Desde o último dia 12, de forma inédita antes da posse de um presidente, um clima de intranquilidade e insegurança domina a cidade. Um grupo, entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro acampados diante do Quartel General do Exército, cometeu atos de vandalismo no centro da cidade. Queimou vários veículos — caminhão, ônibus e carros particulares — e tentou depredar um prédio da Polícia Federal.
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Na véspera do Natal, a Polícia Civil evitou que um carregamento de querosene fosse explodido por controle remoto, no Aeroporto Internacional de Brasília. O autor do atentado terrorista, o gerente de postos de combustível George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, procedente do Pará, foi preso no mesmo dia. No apartamento que ele alugou, foi encontrado um arsenal de armas e munições, estimado em R$ 170 mil. Ele confessou à polícia que as ações foram planejadas no acampamento instalado do QG do Exército, onde chegou há pouco mais de um mês. O objetivo era forçar a decretação do estado de sítio e, assim, comprometer a posse do presidente eleito, uma vez que os bolsonaristas discordam do resultado das eleições. O comparsa do gerente, Alan Diego dos Santos, está foragido.
O governador do DF, Ibaneis Rocha, após reunião com os futuros ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro, declarou que os contingentes das polícias Militar e Civil vão garantir a segurança da comemoração da posse do presidente eleito. Ontem, o Ministério da Justiça autorizou a Força Nacional de Segurança Pública a se somar à Polícia Federal para garantir que a festa de posse de Lula ocorra com tranquilidade. No início da tarde de ontem o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, acolheu o pedido da equipe de transição do presidente eleito e proibiu o porte de armas até 2 de janeiro no território do Distrito Federal. O pedido da equipe de Lula objetiva evitar que algum desatinado coloque em risco a vida de pessoas e autoridades, ante os episódios de violência ocorridos.
O futuro ministro Flávio Dino e o governador Ibaneis Rocha reforçaram o convite à sociedade para que participe da festa da democracia. Asseguraram que todas precauções serão adotadas para garantir a segurança do público, bem como das autoridades convidadas a prestigiar a mudança de governo. Tais providências são mais do que necessárias. São indispensáveis, a fim de que a tradição na troca do mandatário do país seja preservada, dentro de um clima paz e em defesa do regime democrático, duramente reconquistado pela sociedade brasileira. Impõe-se, no mínimo, respeito à vontade dos mais de 60,3 milhões de eleitores que elegeram o petista. Terrorismo não combina com a alma brasileira, e nem de longe é solução para as mazelas sociais e econômicas do país.
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