Opinião

Artigo: No ambiente virtual, crimes reais

Não há mal menor nesse tipo de crime. Quem troca, compartilha e armazena é tão perverso quanto quem produz

Cida Barbosa
postado em 08/12/2022 06:00
 (crédito: Christina Morillo / Pexels)
(crédito: Christina Morillo / Pexels)

Trabalho árduo, contínuo e imprescindível, esse feito na Operação Luz na Infância, de combate a crimes de exploração sexual infantil na internet. Desde que a ação teve início, em 2017, foram cumpridos quase dois mil mandados de busca e apreensão e efetuadas mais de 900 prisões.

A 10ª fase da operação foi deflagrada na última terça-feira, com o cumprimento de 125 mandados em 17 estados, no Distrito Federal e em quatro países — Argentina, Estados Unidos, Panamá e Equador. A ação dentro e fora do Brasil resultou na detenção em flagrante de 48 pessoas, por armazenamento, distribuição ou produção de fotos ou vídeos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes.

Os profissionais que se empenham nessa caçada no mundo virtual merecem todo o nosso reconhecimento, pois a missão é das mais complicadas. Os criminosos lançam mão das mais diversas artimanhas no submundo da internet para não serem rastreados. A tecnologia, embora formidável em vários aspectos, infelizmente também turbina a propagação do conteúdo hediondo, o que incita mais atrocidades.

Não há mal menor nesse tipo de crime. Quem troca, compartilha e armazena é tão perverso quanto quem produz. Mesmo que não machuque diretamente uma criança, contribui para movimentar um mercado abastecido pelo sofrimento dessas vítimas indefesas. É preciso ter em mente que cada foto, cada vídeo corresponde a uma criança ou adolescente molestado. Os predadores sexuais estupram meninas e meninos — inclusive bebês — filmam ou fotografam tudo e encaminham para outros seres abomináveis. Imagine quantos são torturados todos os dias para manter essa engrenagem atroz e ininterrupta.

O coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, Alessandro Barreto, enfatizou a gravidade dos casos: "Muitas vezes, o criminoso está dentro de casa, explorando e abusando de crianças e adolescentes. É um dos crimes mais horrendos, mais terríveis que já presenciei, com crianças sendo submetidas a abusos que não dá nem para descrever. Motivo pelo qual precisamos atuar firmemente", disse à Agência Brasil.

A denúncia é outra arma poderosa no combate ao crime. Pode ser feita em delegacias ou plataformas e canais específicos, como new.safernet.org.br/denuncie, Disque 100 e Proteja Brasil, com anonimato garantido. O enfrentamento à barbárie é responsabilidade de todos nós.

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