Amanhã é lembrado o Dia Mundial da Prematuridade. Todos os anos no mundo nascem, em média, cerca de 30 milhões de bebês prematuros ou com baixo peso, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Principal causa da morte de bebês no primeiro mês de vida, a prematuridade pode ser identificada precocemente por meio de testes rápidos, precisos e não invasivos. No Brasil, segundo dados dos sistemas de informações do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2019, 11% dos nascidos vivos foram prematuros; em 2020, 11,31%; e, em 2021, 12,19%, taxas que vêm crescendo nos últimos anos, tornando-se motivo de preocupação dos profissionais de saúde.
O bebê prematuro, ao nascer, nem sempre está desenvolvido para lidar com os estímulos externos, por isso é importante que ele receba uma atenção especial no hospital — desde o momento da amamentação até a hora de dormir. Nascidos antes da 37ª semana de gestação, geralmente eles permanecem na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI Neonatal) até que consigam respirar sozinhos, além de estarem pesando mais de 2 quilos e terem o reflexo de sucção desenvolvido.
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No início deste mês, o Ministério da Saúde - e autoridades da saúde de mais de 100 países - lançou a campanha Novembro Roxo, com o tema "Separação Zero: direito do prematuro". O objetivo é o reconhecimento de que bebês prematuros precisam de um acompanhamento diferenciado.
O contato precoce do prematuro com a pele da mãe ou do pai — conhecido como Método Canguru — é uma abordagem reconhecida mundialmente pela humanização, por contribuir com a estabilidade térmica e a normalização dos sinais vitais do recém-nascido, principalmente daqueles que vêm ao mundo antes do previsto.
No entanto, o Brasil ainda precisa investir em políticas públicas que reduzam as taxas de mortalidade de prematuros. De acordo com a OMS, o país figura em 10º lugar no ranking mundial de partos prematuros (2020). Ainda segundo a entidade, 68% das mortes desses bebês poderiam ser evitadas, com medidas simples como amamentação e um pré-natal bem feito, com pelo menos seis consultas durante a gestação.
Outro fator recente que contribui para essas mortes é o temor das mães diante da contaminação pelo vírus da covid-19. Um estudo realizado pela Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) constatou que 81% das grávidas alegaram ter medo da contaminação pelo novo coronavírus durante as consultas de pré-natal e 82% temiam a internação hospitalar por ocasião do parto. E não adianta dizer que a pandemia acabou, vide o surgimento de novas subvariantes da Ômicron. Ao que parece, teremos um 2023 com novos contágios pela frente.