BERNARDO CASTELLO - Diretor da Bradesco Vida e Previdência
Nos últimos anos, com a chegada da pandemia e o aumento das incertezas sobre a vida e o futuro, muito se falou sobre o seguro. Podemos dizer, inclusive, que a cultura do seguro — com forte presença em países como Estados Unidos, China, França e Reino Unido — tem avançado de maneira relevante no Brasil, embora ainda em ritmo inferior ao seu potencial. Mas, quando o assunto é plano voltado à vida, estamos muito defasados. Segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), em 2021, somente cerca de 17% da população brasileira com mais de 18 anos tinha alguma cobertura de seguro de vida. Contudo, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), 57,7% desse total de pessoas possuem planos coletivos, ou seja, aqueles que as empresas oferecem aos seus colaboradores.
Mas o que falta, então, para o Brasil chegar aos índices de planejamento para a vida dos países de Primeiro Mundo? Acredito que entender os benefícios e modalidades que hoje são oferecidos ao consumidor. Ainda existe a crença de que esse tipo de serviço é usado apenas para casos de morte, e a ideia de planejar o fim da vida para trazer conforto e tranquilidade aos familiares ainda não é prioridade para muitas pessoas. Mas há tempos que o seguro de vida é muito mais do que isso, tão diferente do conceito original que não seria exagero falar em uma nova geração do produto: o Seguro 2.0, aquele que nos apoia em vida, quando surge uma dificuldade de trabalho, saúde, estudos e até quando precisamos de um cuidado extra para nossos pets.
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Durante a pandemia, por exemplo, o seguro de vida de muitas famílias que não sofreram perdas de entes queridos também pôde ser acionado para ajudar aqueles que ficaram desempregados ou tiveram gastos imprevistos com despesas médicas. Por isso, esse serviço atende pessoas desde os 18 anos, porque sabemos que imprevistos podem ocorrer ao longo de toda a vida. E, nos últimos dois anos, vimos que os mais jovens foram "forçados" a lidar com essa realidade, como apontou a pesquisa do Conselho Nacional da Juventude, que apontou que 75% dos jovens brasileiros tinham medo de perder um familiar em 2020, e 48% temiam por perder sua saúde. Esse cenário fez com que o ano seguinte, 2021, alcançasse recorde de jovens com seguro de vida.
O setor segurador está constantemente se adaptando às novas necessidades do consumidor e personalizando seus serviços para oferecer produtos que atendam às necessidades individuais no planejamento e nas metas dos brasileiros. Exemplo disso é que há, atualmente, modalidades com amplas coberturas além de morte, como diagnóstico de doenças graves, diária de internação hospitalar, doenças congênitas de filhos, perda de renda por desemprego involuntário, além de grande variedade de assistências personalizadas, como funeral individual ou familiar, residencial, cesta básica, motorista amigo e até pets.
A pandemia, felizmente, está nos deixando, mas o setor evoluiu muito e mostrou aos brasileiros que a tranquilidade oferecida pelo seguro de vida diante das adversidades desses últimos anos pode e deve ser vitalícia. Continuamos atuando para disseminar a cultura do seguro e mostrar a toda a população adulta que é possível encontrar um modelo personalizado que atenda às necessidades por um custo acessível. Investir em um seguro de vida faz parte de um bom planejamento para o futuro. E dizer: Até aqui, tudo bem.