Opinião

Visão do Correio: o dilema do uso de máscaras

Mesmo que os especialistas, sempre que têm oportunidade, insistam na tecla do uso de máscaras, é de contar nos dedos as pessoas que estejam seguindo a recomendação

Correio Braziliense
postado em 30/11/2022 06:00
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)

Estamos em plena Copa do Mundo. Cidades brasileiras em polvorosa, especialmente antes, durante e após as partidas da Seleção. As festas voltaram, assim como, anteriormente, os estádios já estavam lotados de torcedores fervorosos, e, agora, de patriotas torcendo por nossos jogadores.

Black Friday, compras de Natal, ceia, réveillon, férias das crianças e adolescentes. O carnaval também se aproxima. E a pandemia (aquela que nunca deixou de existir desde que surgiu) também parece vir a reboque.

Com o novo aumento do número de casos da covid-19, muitas dúvidas surgem sobre o retorno ou não do uso de máscaras. Para a maioria dos especialistas, está mais do que na hora de voltarmos a usar a proteção, especialmente em ambientes fechados ou em aglomerações.

Chegamos perto de 690 mil óbitoss desde o início da pandemia e, atualmente, com um contágio relativamente baixo de casos e mortes, se compararmos com os meses de março a junho de 2021, quando o número de casos ficou fora de controle, assim como o de óbitos (pico de 3.125 mortes por dia em abril de 2021).

É fato que as novas subvariantes da ômicron, BQ.1.1.17 e BQ.1.18, recém-descobertas no país, aparentemente são mais "brandas" que outras cepas, embora apresentem mutações genéticas que dificultam o reconhecimento e a neutralização do vírus pelo sistema imunológico. Talvez por isso, as pessoas sejam contaminadas mais rapidamente.

Também é verdade que há casos de hospitalizações e até mesmo de pacientes em estado grave, ainda que em número menor, mesmo tendo tomado quatro doses da vacina — seja em decorrência de fatores de risco, de histórico de comorbidades ou por outro motivo que afeta o sistema imunológico.

Partindo do pressuposto de que qualquer proteção é melhor do que nenhuma, voltemos às máscaras. Estamos nas últimas semanas de aulas regulares na maioria das escolas do país. Daqui para frente, o contato entre familiares e amigos será cada vez maior e, agora, com as festas de fim de ano, idosos também estarão mais expostos ao reunirem-se com seus entes queridos.

Mesmo que os especialistas, sempre que têm oportunidade, insistam na tecla do uso de máscaras, é de contar nos dedos as pessoas que estejam seguindo a recomendação. Como exemplo, vide o transporte público. Várias cidades por todo o país voltaram a exigir a proteção nos ônibus, mas o que se vê são pessoas amontoadas em um pequeno espaço, no ir e vir da labuta diária.

Por enquanto, como ainda não conhecemos a fundo todas as linhagens, tipos e efeitos das novas subvariantes, o que nos resta é ouvir a voz sábia dos especialistas: optemos pela combinação máscara vacinas em dia, e nesse caso, a máxima vale ainda mais para pacientes de risco, crianças e idosos. Se colocarmos na balança, mais vale comemorar a passagem de ano em família do que passar dias de aflição esperando que o pior não ocorra.

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