A queniana Wangari Mutha Maathai liderou uma ampla campanha de reflorestamento do Quênia e ajudou a plantar 30 milhões de árvores. Lançou o Movimento Cinturão Verde, que associava preservação ambiental aos direitos humanos.
A advogada e ex-juíza iraniana Shirin Ebadi fundou uma sociedade protetora dos direitos das crianças e lutou por vários prisioneiros do regime teocrático islâmico, além de levantar a voz pela liberdade de expressão. O indiano Kailash Satyarthi libertou mais de 80 mil crianças de carvoarias e de outras formas de trabalho escravo. A ativista liberiana Leymah Gbowee comandou milhares de mulheres e pressionou o governo a pôr fim a uma sangrenta guerra civil.
Chegou a organizar greves de sexo para forçar os maridos delas a não combaterem mais. Muhammad Yunus criou o Banco Grameen, em Bangladesh, e tornou-se pioneiro na concessão de microcrédito à população carente. Contribuiu com a erradicação da pobreza e com o desenvolvimento econômico. Maria Ressa, jornalista filipina, criou o Rappler, portal de jornalismo investigativo que defende a liberdade de expressão e combate o autoritarismo e as fake news.
Tive a alegria e a grande honra de entrevistar cada um deles por telefone, pessoalmente ou por videoconferência. Suas ações foram premiadas com o Nobel da Paz, uma das maiores honrarias da humanidade. São sementes de bondade em solo árido contaminado pelo ódio, pela intolerância, pelo mal, pelo fanatismo e pelo racismo. Mas não é preciso ser Nobel para fazer boas ações. O bem está próximo de nós.
Conheço pessoas que fazem parte de grupos de WhatsApp que arrecadam dinheiro, compram cestas básicas e doam medicamentos a quem realmente necessita. É uma corrente do bem, de solidariedade, sem pedir nada em troca. Expressão genuina de amor pelo próximo. O que dizer também daquelas pessoas que se tornaram doadoras de sangue para desconhecidos? Ou dos cidadãos que dispõem parte de seu tempo para levar sorriso e esperança a doentes nos hospitais?
Apesar de divergências políticas e ideológicas, todos nós partilhamos do desejo legítimo de uma vida melhor. A construção da justiça, do amor e da compaixão é legado de um mundo de paz para futuras gerações. Deixar as diferenças de lado e trabalhar em prol de uma mesma causa pode tornar o planeta um habitat mais afável e hospitaleiro.
Além da prática do bem, é preciso podar as ervas daninhas do fanatismo, da radicalização, do nazifascismo. O atentado que deixou quatro mortos em uma escola de Aracruz (ES) deve servir de alerta sobre como a mente humana mostra-se porosa ao mal e ao discurso do ódio.
Que cada um de nós façamos a nossa parte para erradicar o ódio de nossos corações e de nosso entorno. Que possamos nos inspirar em Wangari, Shirin, Kailash, Leymah, Muhammad e Maria para plantar sementes de bondade e colhermos a paz e o amor.
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