ROBSON BRAGA DE ANDRADE — Empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
O processo de construção do conhecimento é algo fascinante. Não se dá apenas pela educação formal, mas, também, por todos os estímulos intelectuais, emocionais e até físicos que as pessoas são capazes de absorver. O saber se produz e se solidifica a partir das mais variadas técnicas. Além da exposição pura e simples das disciplinas curriculares, na qual se baseia a visão educacional tradicional, o ensino deve se valer de atividades lúdicas, que envolvam artes, cultura, ciência e tecnologia em proporções adequadas para obter os resultados desejados.
Nessa delicada equação, capturar e manter o interesse de quem se dispõe a aprender é uma habilidade que precisa ser ressaltada entre as tarefas mais desafiadoras de um bom professor. Para os estudantes adultos, é fundamental manter acesa a curiosidade típica das crianças, que, por sua vez, têm mais dificuldades de concentração. A transmissão de conteúdos por experiências sensoriais contribui tanto para motivar o interesse quanto para conservar o foco, numa época em que há muitas distrações.
Os estabelecimentos de ensino devem usar esse método multifacetado para levar os alunos a enxergar o mundo a partir de diferentes perspectivas e encantá-los. Essa visão abrangente será cada vez mais relevante no mundo do trabalho, o qual já exige dos profissionais capacidade de aprendizagem contínua, adaptação, resolução de problemas complexos, atuação em equipe e cultura humanística. As ocupações do futuro serão intrinsecamente multidisciplinares.
Ampliando o ensino pela metodologia Steam (ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática, na sigla em inglês), com ênfase em atividades práticas, e aproximando os estudantes do mundo do trabalho, as escolas do Sesi e do Senai já atuam com essa concepção múltipla. Os professores estimulam a criatividade dos jovens, obtendo ótimos resultados, como comprova o desempenho de seus alunos em competições internacionais de educação profissional ou em torneios específicos, como os de robótica.
Agora, as duas instituições se juntam para oferecer, ao público em geral, uma rica experiência em ciência, tecnologia e arte, com a inauguração do Sesi Lab, um museu interativo sem similar no Brasil, que tem como objetivo principal estimular, por meio de equipamentos e atividades lúdicas, o interesse por ciência, tecnologia e inovação, pilares da competitividade das empresas e do desenvolvimento econômico e social dos países. Na implantação desse projeto, contamos com a valiosa assessoria técnica do Exploratorium, um dos principais centros interativos do mundo, idealizado pelo célebre físico americano Frank Oppenheimer e implantando há cerca de meio século em São Francisco, nos Estados Unidos.
Além dos diversos aparatos tecnológicos disponibilizados ao público, o Sesi Lab tem diversos outros atrativos e singularidades. A começar pelo espaço onde está instalado, o icônico Touring Club, projetado por Oscar Niemeyer e localizado no coração da capital federal. O edifício foi totalmente remodelado, de acordo com os mais avançados critérios internacionais de construção sustentável. O projeto de restauração foi elaborado pelo arquiteto mineiro Gustavo Penna.
Revitalizamos também uma área de 3 mil m² no entorno do prédio, em parceria com o governo do Distrito Federal, com espécies nativas do cerrado, instalações interativas e anfiteatro externo para shows, eventos e outras atividades culturais. Tudo isso emoldurado com um inédito painel de azulejos, de 135m², projetado especialmente para o Touring pelo inconfundível artista plástico Athos Bulcão.
Outro importante parceiro nesse projeto foi da empresa Expomus, que contribuiu com o desenvolvimento do plano diretor e com a organização da exposição temporária do Sesi Lab. A ideia é articular a programação do novo espaço com a de outras instituições, como a Biblioteca Nacional,o Museu Nacional e o Teatro Nacional criando um corredor cultural na central de Brasília.
O Sesi Lab é, sob vários aspectos, mais um marco na trajetória do Sesi e do Senai, instituições que há cerca de oito décadas contribuem para a educação dos jovens, para a formação dos trabalhadores e para o desenvolvimento tecnológico do país. É uma forma que o Sistema Indústria encontrou para ajudar Brasília e o Brasil a se conectarem com a era do conhecimento, um insumo cada vez mais importante na vida das pessoas e nos destinos das nações.
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