Num país extremamente dividido, como mostraram as urnas eletrônicas, a pacificação se torna imperativa. Esgotada pelas turbulências enfrentadas pelo Brasil desde 2013, a população, em maioria, defende que o diálogo prevaleça para que temas que realmente interessam entrem na pauta de prioridades. A polarização que se viu mais recentemente desviou o país da rota que todos desejam, do crescimento econômico sustentado, da inflação sob controle, dos juros mais baixos, do emprego de melhor qualidade, do direito de ter comida à mesa. Infelizmente, a nação dos homens que se achavam cordiais se transformou numa praça de guerra fratricida, em que os principais perdedores foram os mais carentes.
Encerrada a batalha das eleições, a hora, agora, é de juntar forças para que o Brasil retome seu futuro. Esse trabalho de reconstrução não depende apenas de uma pessoa, no caso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mas de todas as forças políticas, independentemente das trincheiras em que estavam até o resultado das urnas eletrônicas. Divergências são saudáveis para a democracia, desde, é claro, que não se tornem um empecilho para projetos de interesse da maioria, como os que estão tramitando no Congresso.
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Os próximos anos prometem dificuldades. O mundo, ao que tudo indica, não soprará ventos favoráveis, com as economias desenvolvidas lutando contra a inflação e as insatisfações populares e o prolongamento da guerra entre Ucrânia e Rússia ampliando incertezas. Portanto, é crucial que, desde já, os responsáveis por definirem os rumos do Brasil — todos representantes do povo — tenham a grandeza que se espera deles para superar a decepção do processo eleitoral e, no caso dos vencedores, para não se deixarem contaminar pela arrogância. O país, reforce-se, necessita de paz e de união.
A volta à normalidade significará credibilidade e previsibilidade, dois quesitos quase reduzidos a pó num país tão carente de investimentos produtivos. Com o Orçamento sobrecarregado e cheio de buracos, a iniciativa privada ficará responsável por levar adiante obras de infraestrutura e o movimento de reindustrialização que resultará em empregos de melhor qualidade e mais bem remunerados. É o que a população quer e merece. Embates desnecessários minam a confiança, destroem o mercado de trabalho, corroem a renda, levam à recessão, filme cuja repetição já cansou os que defendem avanços, não o atraso.
O Brasil é maior do que todos, e tem muito a oferecer não apenas a seu povo, mas a todo o planeta. Não por acaso, governantes dos principais países trataram de parabenizar Lula pela vitória, tão logo confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Joe Biden (Estados Unidos), Xi Jinpig (China), Emannuel Macron (França), Rishi Sunak (Reino Unido), Olaf Schols (Alemanha), Vladimir Putin (Rússia), António Costa (Portugal), Pedro Sánchez (Espanha) e outros chefes de estado e de governo ressaltaram a importância de restabelecer o diálogo frequente do Brasil com o grupo de nações determinantes à economia global, todos pregando o trabalho conjunto a ser desenvolvido. Que a razão prevaleça e cada um dos líderes nacionais desempenhe o seu papel a contento neste período de transição até o início do novo governo.
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