Opinião

Artigo: Lafetá, gente de verdade

"Amigo é coisa para se guardar/ No lado esquerdo do peito." O verso da Canção da América, do mineiro Milton Nascimento, mostra onde o amigo querido Adriano Lafetá, mineiro de Montes Claros, jornalista, permanecerá de forma inesquecível. Imortal! Gente de verdade e amiga não morre, como ele. Apenas viaja antes da gente, para o universo. Ele se despediu deste plano material no último dia 3, rumo à eternidade.

Não sei em que estação do universo ele desembarcou… O importante é que continuará presente na vida de todos, principalmente na da sua família, pelo carinho e amor dedicados a Vânia, sua paixão, às filhas, Débora e Marina, e ao neto, Tom. Nada o removerá do coração de cada um deles.

Lafetá, como todos o chamavam, não foi só um colega de trabalho. Não. Ele era um amigo. Esbanjava generosidade, solidariedade, paciência e sensatez. Um ser leve e bondoso. Mas, diante das iniquidades que maltratam este país, ele era firme e lúcido nas críticas. Não dissimulava o inconformismo. Na sua última mensagem, via WhatsApp, um convite: "Bom dia! Bora fazer campanha..."

Sempre preocupado com os destinos do país, Lafetá tinha princípios que fazem a diferença entre o ser humano e o ser irracional, ainda que tenha aparência de gente. Era ciente de que as desigualdades sociais, a violência cotidiana, a fome e a miséria eram inexplicáveis em um Brasil com tantas riquezas. Quando conversávamos sobre essas coisas, dividíamos nossa indignação. E nesses momentos, ele se revelava um homem "imprescindível", como conceituou o alemão Bertolt Brechet.

Sua vida profissional foi impecável, como mostram seus textos publicados e que compõem o acervo do Correio Braziliense. Exercia o bom jornalismo, sustentado na verdade dos fatos.

Meu amigo querido, vou sentir saudade. Mas acredito que um WhatsApp celestial nos manterá sempre conectados.

Até um dia!

 

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