Em muitos idiomas, a palavra noite é formada pela letra N mais uma variação do número 8 na respectiva língua. É o caso do português, do inglês, do alemão, do francês, entre outros. É um vocábulo também presente em obras de artes, como filmes, quadros, livros. E, como não poderia deixar de ser, em momentos históricos.
É impossível, por exemplo, falar do século 20 sem citar a Noite dos cristais, um marco na história da Alemanha nazista: um grande ato de violência que deu início ao aprisionamento em massa de judeus nos campos de concentração. Está presente também no Brasil Império, com a Noite das garrafadas, a revolta ocorrida em 1831 no Rio de Janeiro. Ou, então, nas conversas ufológicas, como a Noite dos ovnis, em 1986, quando caças perseguiram 21 objetos voadores não identificados no espaço aéreo brasileiro.
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Daqui a dois dias, estaremos diante de mais uma noite histórica. Ao utilizarmos o primeiro turno como referência, a apuração, a partir das 17h de domingo, tem tudo para ser tensa e marcante. Com diferente ritmo de totalização dos votos nas unidades da Federação do país, vimos no começo do mês o presidente Jair Bolsonaro (PL) sair na frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegando a abrir praticamente sete pontos percentuais de vantagem em determinado momento.
Tudo leva a crer que tal cenário vai se repetir depois de amanhã. Como a apuração é mais célere nos estados do centro-sul do país, onde Bolsonaro leva vantagem, sem parecer exercício de futurologia, veremos isso ocorrer novamente. Lula, por exemplo, só passou a liderar o primeiro turno às 20h03 daquele dia, conforme mostram os dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A grande diferença, desta vez, é que não há a garantia da virada. Os dois lados confiam na vitória.
Cenário semelhante ocorreu em 2014, na disputa entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Naquele ano, a petista só passou o tucano às 19h32 —a diferença é que não acompanhamos ao vivo a apuração porque a eleição no Acre se estendia até as 20h de Brasília, o que não vai ocorrer este ano. Então, caro leitor, aproveite a noite histórica que vem por aí. Torça pelo seu candidato, mas seja civilizado. Nada de brigas, agressões, discussões com amigos, parentes e desconhecidos. A eleição passa, mas as marcas da violência ficam para sempre. Independentemente do perdão, a mágoa vai continuar.
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