Carlos de Almeida Baptista Junior — Tenente-brigadeiro do Ar
Em 23 de outubro de 1906, no campo de Bagatelle, em Paris, o criativo herói brasileiro Alberto Santos-Dumont transformou para sempre a história da humanidade, realizando o primeiro voo da aeronave autopropulsada 14-BIS. Mais tarde, a data foi instituída como Dia da Força Aérea Brasileira e Dia do Aviador, uma oportunidade de relembrarmos a origem e a história da nossa Instituição.
É justo que possamos enaltecer todos aqueles que construíram a grande Força que nos tornamos. Da mesma maneira, é necessário atentar para a necessidade de uma constante evolução no preparo do nosso pessoal e das nossas máquinas para cumprir, com orgulho e entusiasmo, a nobre missão da Força Aérea Brasileira: assegurar a soberania do espaço aéreo da Pátria.
Nossa Instituição destaca-se por sua elevada capacidade operacional e é movida por homens e mulheres que alçam voo motivados pelo profissionalismo e pela responsabilidade. Essas pessoas trabalham diuturna e incansavelmente para prover a integração nacional, o desenvolvimento tecnológico, a segurança do tráfego aéreo e a permanente vigilância e defesa de nossos céus.
Entre nossas atividades, ressalta-se a grande responsabilidade de manter, ininterruptamente, a segurança da navegação aérea de uma área de 22 milhões de quilômetros quadrados, durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Uma missão hercúlea que temos cumprido com maestria, a despeito de tantos desafios. Esse trabalho é reconhecido internacionalmente, colocando o Brasil entre os primeiros países de excelência nos serviços prestados. Prova disso é que, no início deste mês, o País foi reeleito membro do Grupo I — formado por 10 países representantes do sistema de aviação mundial — do Conselho da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para o período de 2023 a 2025. Isso reforça a posição estratégica do Brasil no Conselho e assegura a continuidade da representação brasileira no maior fórum da aviação civil internacional.
Outro feito significativo, neste ano, foi o lançamento dos dois satélites do Projeto Lessonia-1, equipamentos que utilizam a tecnologia radar para monitorar o nosso território, permitindo observar o terreno, mesmo quando há uma cobertura de nuvens; situação comum, na região amazônica, por exemplo. De emprego dual, ou seja, militar e civil, eles visam atender às necessidades operacionais das Forças Armadas, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), além de agências governamentais. A possibilidade de operarmos essa tecnologia representa um passo muito importante para o conhecimento e o controle do nosso território.
Também trabalhamos pela manutenção do adestramento de nossas tropas, treinamos defesa, controle e integração a bordo de avançadas aeronaves. Para o domínio integral das capacidades do poder aéreo, temos evoluído na modernização de nossa frota. O primeiro Airbus A330-200 a ser convertido em reabastecedor, sob o programa KC-30 da FAB, já está em operação e uma segunda unidade está em processo de incorporação, dando maior versatilidade e alcance à Força Aérea.
Ainda no campo da aviação de transporte, as diversas missões do KC-390 Millennium demonstram, a cada dia, seu destacado valor para a sociedade brasileira. Esse vetor comprovou, mais uma vez, sua alta adaptabilidade, ao realizar, em 2022, o pioneiro lançamento de cargas no continente Antártico. Aproximadamente dois mil quilos de suprimentos materiais foram enviados para os integrantes da Estação Comandante Ferraz, mantida pela Marinha do Brasil.
O projeto dos caças F-39 Gripen adquiriu solidez na égide do orçamento do Estado Brasileiro. Em breve, esses vetores estarão à frente da linha de defesa dos céus brasileiros, representando um salto para novos conceitos operacionais e organizacionais, que, certamente, conduzirão a uma Força Aérea mais eficiente e moderna. Quatro unidades já estão no País, passando pelo processo de certificação e, logo, serão operadas a partir da Base Aérea de Anápolis.
Da mesma maneira que o Patrono da Aeronáutica Brasileira marcou a história da aviação, a Força Aérea Brasileira está sempre almejando o novo, seja no âmbito do preparo dos nossos militares ou na modernização de nossos meios. Nossos avanços significam benefícios para todos os cidadãos brasileiros e, por isso, o objetivo é perene: uma Instituição constantemente renovada, destacadamente operacional e sempre a serviço da sociedade.
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